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"Mas o senhor lê livros até o final?", perguntou incrédulo o escritor inglês Samuel Johnson a um interlocutor que queria saber se ele tinha terminado de ler uma certa obra.
Para o filósofo Arthur Schopenhauer, "a vida é curta demais para perder tempo com livros ruins". Parece óbvio que um leitor abandone um livro que não lhe agrade. Para Parks, somente os jovens insistem em ler mesmo quando não há prazer: "este leitor deve aprender a não associar autoestima ao fato de terminar a leitura de um livro, até porque quando mais livros ruins você lê, menos tempo você terá para ler bons livros".
Mas o autor não está interessado no abandono dos livros ruins: "E os livros bons? Precisamos lê-los até o fim? Ou há ocasiões em que podemos escolher abandonar um livro antes do final, ou até na metade, e mesmo assim saber que foi bom, ou até excelente, que ficamos felizes em tê-lo lido, mas não sentimos a necessidade de ir até o fim?"
Parks conta que um dia recebeu uma carta de um colega escritor dizendo o quanto tinha gostado de um de seus livros, comentando inocentemente que não tinha lido as últimas cinquenta páginas, pois já estava satisfeito com o que tinha lido do romance até então. "Naturalmente, eu fiquei desapontado, até um pouco irritado. (...) Só depois eu pude apreciar sua sinceridade. Para ele, meu livro era ótimo mesmo sem o final. Não era longo demais: ele simplesmente estava feliz de parar naquele ponto."
Esta reflexão está no site ( The New York Review of Books )
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