sábado, 29 de junho de 2013

Reflexão:

Rafael Sanzio - Zoroastro
Zaratustra contestou: "Por que eu? Não sou poderoso e nem tenho recursos!". Os outros seres responderam em coro: "Você tem tudo o que precisa, o que todos igualmente têm: Bons pensamentos, boas palavras e boas ações".
Zoroastro (século VII a.C.)

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Condessa de Castiglione (1837–1899)

Condessa de Castiglione
A Condessa de Castiglione foi uma criatura rara: além de bela e inteligente, era uma narcisista com acesso ilimitado a uma câmara. Entre 1856 e 1895, ela já tinha uma coleção de mais de 400 fotografias de si mesma.
Que boa parte dos seres humanos é narcisista, não há dúvida. E há quem adore colecionar centenas de fotografias de si mesmo durante a vida. Mas em pleno século 19 isso não era considerado tão comum assim.
Virginia Oldoini nasceu de uma família nobre de Florença em 1837. Aos 17 (já possuindo um caráter inquieto e imaginativo), entrou em um casamento arranjado e sem amor com o Conde di Castiglione, simplesmente por interesse financeiro. Além de levar o marido à falência com suas extravagâncias, ela o traia descaradamente. Os dois se separaram em 1857 e a condessa passou a maior parte do resto de sua vida com seu filho, Giorgio, e seduzindo os homens mais importantes de Paris.
Considerada a mulher mais bonita da época, foi enviada a Paris em 1856 para reforçar o interesse de Napoleão III na causa da unificação italiana. Instruída por seu primo, o ministro Camillo Cavour, ela causou furor na corte francesa e rapidamente se tornou amante do Imperador.
Retornou a Paris em 1861 e mais uma vez se tornou uma figura fascinante e influente da sociedade, formando inúmeras ligações com aristocratas notáveis, financeiros e políticos, cultivando a imagem de 'femme fatale'. Seus amantes diziam que ela aparecia nos encontros "como uma deusa que descia das nuvens". Seu maior desejo era ser admirada como se fosse uma santa. A Princesa Paulina de Metternich, logo que a viu, acreditou que Virginia era a personificação de Vênus: "Ela parecia descer do Olimpo com seus cabelos maravilhosos, cintura de ninfa e uma pele que mais lembrava um mármore rosado". Mas ao conhecê-la pessoalmente, a Princesa acrescentou: "Depois de alguns instantes, ela começou a me dar nos nervos".
Fascinada pela própria beleza, a condessa tentava capturar suas facetas e recriá-las através da fotografia. Em julho de 1856 visitou o estúdio de Mayer Pierson, um dos maiores estúdios fotográficos do Segundo Império. Ela e Pierre-Louis Pierson criaram mais de 400 retratos concentrados em três períodos distintos: sua entrada triunfal na sociedade francesa; sua reentrada na vida parisiense e o final de sua vida. Ela criou identidades alternativas para si mesma.
Foi ela quem assumiu o papel de diretora de arte, até mesmo ao ponto de escolher o ângulo da câmara. Ela também deu indicações precisas sobre o alargamento e redesenho de suas imagens, a fim de transformar os documentos fotográficos em pinturas imaginárias. Seus retratos estão entre os mais belos do gênero. Registram a condessa com seus vestidos extravagantes e figurinos de saraus e bailes de máscaras, com vestes que usava em teatros, óperas ou de sua própria imaginação. Sua vaidade era tão famosa quanto sua beleza. Ela não gostava de conversar com outras mulheres e enviava seus retratos apenas aos amantes e admiradores.
É difícil apontar quando o sentido de maldade narcisista da condessa deu lugar à loucura. Quando o ex-marido tentou levar seu filho para longe, ela lhe enviou um de seus retratos onde aparecia com uma faca na mão e os olhos ameaçadores, com os dizeres no verso da fotografia: "Ela tem um olhar assassino e uma faca pingando sangue". O conde não pensou duas vezes e manteve o filho Giorgio com a mãe. O garoto se tornou a criança mais fotografada do século, pois estava sempre presente nos ensaios. Esses trabalhos foram vistos como precursores para fotografias posteriores.
Após sua morte, sua reputação como mulher misteriosa e de beleza divina se manteve, em grande parte, graças ao legado de sua obra fotográfica. Sua vida foi alvo de admiração, curiosidade e também da obsessão de Robert de Montesquieu, crítico e escritor que passou cerca de 13 anos escrevendo sua biografia: "La Divina Comtesse" (publicada em 1913), que reuniu cerca de 275 fotografias, as quais foram adquiridas pelo Metropolitan Museum em 1975. Sua vida também tem sido alvo de inúmeras biografias posteriores e foi tema de um filme de 1955, "La Castiglione", estrelado por Yvonne De Carlo.
Um de seus retratos, considerado o mais estranho, é o que parece ter sido tirado por ela mesma, mostrando seus pés, com uma visão de cima para baixo. Ela dizia que este retrato era uma forma de experiência fora-do-corpo. Parecia estar desesperada para saber como os outros a contemplavam.
Um espetáculo estranho e que levanta mais perguntas do que respostas: foi a condessa tirando sarro de si mesma, ou ela não sabia realmente o quanto estranho seu projeto foi? Seria uma prévia do que viria a ser o surrealismo, anos depois? Uma coisa é clara: a condessa era sua melhor audiência e ela teria adorado este show.

Fonte:
Obvious – um olhar mais demorado: ( Condessa de Castiglione )

domingo, 23 de junho de 2013

Diálogos difíceis na sua simplicidade

Mariogogh - Amor zangado
- Gostas de mim?
- Gosto.
- Gostas como?
- Gosto de estar contigo. De falar contigo.
- Queres namorar?
- Não.
- Por quê?
- Porque já não ia ser igual.
- Igual?
- Sim. Igual ao que temos agora.
- Por quê?
- Porque o princípio é sempre a parte melhor.
- Queres ficar sempre no princípio?
- Se for possível...
- Então, não queres ter ninguém para sempre...
- Talvez não.
- És complicada.
- Se não namorar sou menos.
- Tens medo que eu não goste da tua complicação?
- Tenho a certeza que não vais gostar.
- Como é que sabes?
- Porque acho que conheço alguma coisa das pessoas.
- Achas?
- Talvez.
- E do amor?
- Conheço pouco.
- Então, também não podes conhecer muito das pessoas.
- Talvez tenhas razão, mas não me apetece discutir isso agora.
- Então o que queres discutir?
- Nada. Só ficar assim a olhar para quem passa e falar de banalidades.
- Queres falar de banalidades para sempre?
- Não. Podemos falar de assuntos importantes, desde que não seja sobre nós.
- Assim não vão ser importantes.
- Para ti é essencial falar de nós?
- É.
- Para quê?
- Porque gosto de ti. Achas pouco?
- Acho muito. Por isso não vamos deitar tudo a perder.
- A perder?
- Sim. Se começamos a falar de nós fica tudo complicado e os problemas aparecem. - Problemas como?
- Vais querer saber como foi a minha vida. Vamos cobrar um ao outro. Vais querer fazer amor comigo só porque achas que tens direito.
- Direito? Só fazemos amor se quiseres!
- Mentira. Só dizes isso porque estás muito romântico agora, mas depois... Depois vais começar a tocar-me, a sentir desejo...
- E então?
- Então? Então eu vou sentir-me na obrigação de fazer amor contigo para que não me aches esquisita.
- Tu fazes amor para que não te achem esquisita?
- Faço amor para me acharem normal. Dá-me um cigarro.
- Estás nervosa?
- Sim. Estou a fazer um esforço por ser sincera e não estou habituada.
Marta Gautier,
"Tanto que eu não te disse".

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Arte

Gustave Caillebotte-Os Raspadores de Assoalho
A obra faz parte do movimento impressionista e foi pintada no ano de 1875. Acredita-se que a cena retratada em Os Raspadores de Assoalho tenha sido ambientada na casa da mãe ou da vizinha da mãe de Caillebotte
As relações espaciais de sua obra exploram a modernidade e as sensações da vida à época. Acredita-se que a cena retratada em Os Raspadores de Assoalho, que apresenta operários trabalhando em um ambiente burguês, tenha sido ambientada na casa da mãe ou da vizinha da mãe de Caillebotte. O contraste entre o trabalho duro e a elegância dos painéis da sala enfatiza as aspirações da classe média, enquanto a intensidade física dos dorsos expostos remete à masculinidade primitiva.
A obra mantém o observador ao mesmo tempo distante e envolvido com o trabalho dos raspadores. A aguçada observação do artista sobre as pessoas se dá de maneira incomum no quadro. A cena é vista do alto, cortada apenas alguns metros acima do piso na parede do fundo.
As nítidas linhas do assoalho, reforçadas pelo verniz descascado, conduzem o olhar para um ponto de fuga no canto superior direito da tela. A estética linear ainda é reforçada pelas formas elegantes e retilíneas do painel decorado e pelos braços nus esticados dos raspadores.
As pessoas na obra não têm identidade e, com a cabeça abaixada e as costas expostas à luz, quase se confundem com o chão escuro. O brilho nos corpos reforça a dureza do trabalho e espelha o fulgor do piso envernizado. Os trabalhadores aparecem em harmonia com o ambiente que os cerca.
Três detalhes da Obra se destacam:
1. Reflexo da luz:
Para criar o reflexo da luz no verniz, assim como nas costas dos raspadores, o pintor usou camadas de azul-claro, cinza e branco.
2. Textura da madeira:
O artista cria uma textura natural da madeira sem verniz. Esse efeito resulta do uso de diversas camadas de bege-escuro com ligeiras variações de cor. Além disso, Caillebotte cria os complexos detalhes do assoalho usando combinações de cores.
3. Mãos dos trabalhadores:
As bordas das tábuas são marcadas, assim como as sutis minúcias das ferramentas dos raspadores. As mãos aparecem avermelhadas em consequência do trabalho dos homens.
Ficha Técnica - Os Raspadores de Assoalho:
Autor: Gustave Caillebotte (1848-1894)
Onde ver: Museu d'Orsay, Paris, França
Ano: 1875
Técnica: Óleo sobre tela
Tamanho: 102cm x 146cm
Movimento: Impressionismo.

terça-feira, 18 de junho de 2013

Tabacaria

Van Gogh
Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo.
que ninguém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a por umidade nas paredes
e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.
Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.

Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.
Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.

Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa.

Álvaro de Campos
Fernando Pessoa (1888-1935)

domingo, 16 de junho de 2013

Daniel MacLise

Pintor histórico irlandês do século XIX,
percursor dos Pré-Rafaelitas.
Nasceu em Cork, Irlanda, em 25 de Janeiro de 1806; Morreu em Londres em 25 de Abril de 1870.
Começou a estudar na escola de arte de Cork, para onde entrou em 1822, vivendo da venda de retratos. Em 1827 foi viver para Londres e entrou nas escolas da «Royal Academy» britânica, onde ganhou os principais prêmios.
Realizou regularmente exposições de retratos na Academia, tendo sido eleito, em 1835, membro associado da Academia e académico em 1840.
A partir de 1830 começou a publicar no periódico londrino Fraser's Magazine, sob o pseudónimo de Albert Croquis, retratos de pessoas célebres do seu tempo, que acabaram por formar um conjunto composto por 72 litografias, que publicou em 1871 com o nome de MacLise Portrait Gallery.
Em 1854 o Parlamento Britânico encomendo-lhe um fresco sobre O Casamento de Longbow e Eva, que representava a ligação entre a Inglaterra e a Irlanda, mas que acabou por não realizar, tendo produzido de facto entre 1859 e 1864 dois grandes painéis históricos, começados como frescos mas terminados de acordo com uma nova técnica alemã, e que representavam A Morte de Nelson, na Batalha de Trafalgar, e O Encontro de Wellington e Blucher, no final da Batalha de Waterloo.
A realização destes dois painéis, pintados sem nenhuma ajuda, debilitaram-no muito não tendo recuperado a saúde.
Fonte:
Enciclopédia Britânica.
Daniel MacLise
Daniel MacLise

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Uma descoberta revolucionária: O Sutiã Medieval

Até bem pouco tempo atrás, acreditava-se que o sutiã fora inventado há cem anos e patenteado nos Estados Unidos pela jovem novaiorquina Mary Phelps Jacob. No entanto, uma descoberta do Departamento de Arqueologia da Universidade de Innsbruck na Áustria, nos porões de um castelo da região austríaca de Lengberg, promete reescrever a história da moda. O sutiã já era usado há pelo menos 600 anos.
Durante as escavações, os arqueólogos austríacos encontraram um cofre contento fragmentos de tecidos e roupas. No meio desses achados, foram surpreendidos por quatro sutiãs do século XV. A descoberta é de 2008, mas só recentemente foi divulgado. “Até hoje, não havia nada para indicar a existência de sutiãs com bojos claramente visíveis antes do século 19”, escreve Beatrix Nutz, arqueóloga austríaca. Ela observa que é difícil encontrar fontes medievais escritas confirmando a existência de sutiãs com bojo. Algumas fontes meramente se referem a “sacolas para seios” ou “camisas com sacolas”, escreve ela, enquanto outras mencionam faixas para o peito “para apertar seios de tamanho excessivo”. “Nem mesmo nós acreditamos inicialmente”, contou ela ao “Spiegel Online”. “Achávamos impossível que algo assim pudesse já ter sido usado na idade Média”.
Antes, pensava-se que os sutiãs de bojo só começaram a ser usados cerca de 100 anos atrás, e que as mulheres na Idade Média usavam roupas íntimas feitas de linho.
Contudo, diz ela, a datação por radiocarbono em amostras das fibras confirmou que as peças de roupa foram usadas entre 1440 e 1485.

Fonte:
O Sutiã Medieval: ( Rama na Vimana )

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Arte

Jean-Léon Gérôme - Oração na Mesquita
A partir do ano de 1853 Gérôme fez visitas regulares à Turquia, ao Egito e à Ásia Menor. Por isso ficou famosos por suas pinturas referentes ao Oriente Próximo e Médio.
Ao longo de sua carreira o artista interessou especialmente pelos aspectos pessoais ou não explicitamente políticos. Seus temas vão da religiosidade muçulmana até a sensualidade exótica das casas de banho, bem como ao mundo cruel dos leilões de escravos.
Embora seja pouco provável que o pintor tenha presenciado a cena típica da reza na mesquita, a cena é retratada com tanto cuidado e riqueza de detalhes que o expectador fica com a sensação de autenticidade. A Mesquita apresentada na pintura é a mesquita de Amir, no Cairo. É possível que o quadro tenha sido inspirado em registros fotográficos.
O ritmo criado pelas colunas, que parecem se repetir até o infinito, precipita o olhar na direção da parede vazia ao fundo. Já a verticalidade dos pilares é visualmente ecoada pelo alinhamento dos fiéis.
Detalhes de Oração na Mesquita:
1. O interior da mesquita:
O pintor apresenta a mesquita de forma mais fiel possível. O mihrab, nicho de oração situado na parede esquerda, indica a direção da Meca, para a qual todos os fiéis devem estar voltados durante suas orações. Diferentes luminárias pendem do teto e o espaço é definido por uma perspectiva diferenciada.
2. O asceta:
Destaca-se entre os fiéis a figura de um asceta muçulmano. Ao contrário da maioria dos fiéis, ele tem os pés sobre o chão de cerâmica e não sobre um tapete. Isolado e vestindo apenas uma espécie de tanga, o homem tem um aspecto vulnerável.
3. O homem rico:
Para contrastar com a simplicidade do asceta, um homem rico, vestido de vermelho e dourado, aparece em primeiro plano. É uma figura notável e que exibe seu status social elevado por meio dos dois acompanhantes que traz consigo. Em vez de orar sobre um tapete comunal, como o resto dos fiéis, o homem tem um tapete de orações individual.
4. Os pombos no chão:
A atmosfera solenemente religiosa da Mesquita é perturbada pela presença dos pombos vindos do pátio, visível na extremidade direita do quadro. Os fiéis, concentrados em suas orações, ignoram a presença dos pombos e o barulho provocado por eles.
Ficha Técnica - Oração na Mesquita:
Autor: Jean-Léon Gérôme (1824-1904)
Onde ver: Metropolitan Museum of Art, Nova York, EUA
Ano: 1871
Técnica: Óleo sobre tela
Tamanho: 89cm x 75cm
Movimento: Orientalismo

sábado, 8 de junho de 2013

Arte

Jacques-Louis David
A Obra de arte acima é do período neoclassicista e retrata A Coroação de Napoleão e Josefina, em 1804, na Catedral de Notre-Dame.

Ficha Técnica - A Coroação de Napoleão:
Autor: Jacques-Louis David
Onde ver: Museu do Louvre, Paris, França
Ano: 1805 a 1807
Técnica: Óleo sobre tela
Tamanho: 979 cm x 629 cm
Movimento: Neoclassicismo.

Jacques-Louis David (Paris, 30 de agosto de 1748 - Bruxelas, 29 de dezembro de 1825) foi um pintor francês, o mais característico representante do neoclassicismo. Controlou durante anos a atividade artística francesa, sendo o pintor oficial da Corte Francesa e de Napoleão Bonaparte.
Jacques-Louis David nasceu de uma próspera família parisiense. Quando tinha nove anos seu pai foi morto em duelo, e sua mãe o entregou aos cuidados de seus tios abastados, que providenciaram para que ele tivesse uma educação primorosa, mas ele jamais foi um bom aluno - sofria de um tumor na face que afetava sua fala, e passava o tempo a desenhar. Desejava ser pintor, contrariando os planos de sua mãe e tios, que o queriam um arquiteto.
Vencendo a oposição, buscou tornar-se aluno de François Boucher. Mas Boucher, em vez de aceitá-lo como discípulo, o enviou para aprender com Joseph-Marie Vien, um artista que já trabalhava numa linha classicista, e o jovem ingressou então na Academia Real.
Tentou o Prêmio de Roma por quatro vezes, sendo em todas preterido. Depois do quarto fracasso iniciou uma greve de fome, mas não a levou ao cabo. Finalmente em 1774 teve sucesso, dirigindo-se a Roma para ingressar na Academia de Roma. Lá executou inúmeros desenhos e esboços das ruínas da cidade histórica, material que o proveu de inspiração para as arquiteturas de suas telas ao longo de toda a vida e decidiu adotar em seus trabalhos um estilo de acordo com os conceitos do classicismo.
Principais trabalhos:
O Juramento dos Horácios (1784)
A Morte de Sócrates (1787)
A Morte de Marat (1793)
Napoleão cruzando os Alpes (1800)
As Sabinas(1799).
Andrômeda lamentando Heitor, 1783.
Páris e Helena, 1788
Madame Récamier, 1800
A coroação de Napoleão, 1805-1807
Cupido e Psiquê, 1817.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Os 10 livros mais vendidos da história

Os 10 livros mais vendidos da história
Para se chegar ao resultado consultei reportagens, entidades editoriais, empresas de pesquisas de mercado e publicações especializadas em livros. O objetivo era identificar, baseado nessas informações, quais são os 10 livros literários mais vendidos no mundo em todos os tempos. Participaram do levantamento as publicações: “Global Times”, “Telegraph”, “New York Times”, “HowStuffWorks”, “Financial Times”; as entidades editoriais International Publishers Association (IPA), International Booksellers Federation (IBF) e International Federation of Library Associations and Institutions (IFLA); e as empresas de auditagem e pesquisas de mercado Nielsen e a GfK. Embora não exista concordância sobre os números exatos do mercado de livros ao longo dos séculos, os levantamentos das publicações, instituições e empresas mencionadas, parecem ser o que mais se aproximam do consenso editorial.
Dom Quixote
(Miguel de Cervantes)
Publicado em Madrid em 1605, “Dom Quixote”, de Miguel de Cervantes, é composto de 126 capítulos, divididos em duas partes. O livro narra a história de Dom Quixote de La Mancha, um cavaleiro errante que perdeu a razão e, junto com seu fiel escudeiro Sancho Pança, vive lutas imaginárias. Estima-se que tenha vendido entre 500 e 600 milhões de cópias.
O Conde de Monte Cristo
(Alexandre Dumas)
Publicado em 1844, “O Conde de Monte Cristo é, juntamente com “Os Três Mosqueteiros”, a obra mais conhecida de Alexandre Dumas e uma das mais celebradas da literatura universal. O livro narra a história de um marinheiro que foi preso injustamente. Quando escapa da prisão, e toma posse de uma misteriosa fortuna e arma uma plano para vingar-se daqueles que o prenderam. Estima-se que tenha vendido entre 200 e 250 milhões de cópias.
Um Conto de Duas Cidades
(Charles Dickens)
Publicado em 1859, “Um Conto de Duas Cidades”, de Charles Dickens, é um romance histórico que trata de temas como culpa, vergonha e retribuição. O livro cobre o período entre 1775 e 1793, da independência americana até a Revolução Francesa. Dickens evita o posicionamento político, centrando a narrativa nas observações de cunho social. Estima-se que tenha vendido entre 180 e 250 milhões de cópias.
O Pequeno Príncipe
(Antoine de Saint-Exupéry)
Publicado em 1943, “O Pequeno Príncipe”, de Antoine de Saint-Exupéry, é uma das obras mais traduzidas da história. Por meio de uma narrativa poética, o livro busca apresentar uma visão diferente de mundo, levando o leitor a mergulhar no próprio inconsciente. Estima-se que tenha vendido entre 150 e 180 milhões de cópias.
O Senhor dos Anéis
(J.R.R. Tolkien)
Publicado em três volumes entre 1954 e 1955, “O Senhor dos Anéis”, de J.R.R. Tolkien, é um romance de fantasia que ocorre em um tempo e espaço imaginários. A história narra o conflito entre raças para evitar que um anel poderoso volte às mãos de seu criador, o senhor do escuro. Estima-se que tenha vendido entre 150 e 170 milhões de cópias.
Harry Potter e a Pedra Filosofal
(J.K. Rowling)
Publicado em 1997, “Harry Potter e a Pedra Filosofal” é o primeiro volume da série Harry Potter, da britânica J. K. Rowling. O livro narra a história de um garoto órfão que vive infeliz com seus tios. Até que, repentinamente, ele recebe uma carta contendo um convite para ingressar em uma famosa escola especializada em formar jovens bruxos. Estima-se que tenha vendido entre 110 e 130 milhões de cópias.
O Caso dos Dez Negrinhos
(Agatha Christie)
Publicado em 1939, “O Caso dos Dez Negrinhos”, de Agatha Christie, é o maior clássico moderno das histórias de mistério. Dez pessoas diferentes recebem um mesmo convite para passar um fim de semana numa ilha. Na primeira noite, após o jantar, elas ouvem uma voz acusando cada uma de um crime oculto cometido no passado. Mortes inexplicáveis se sucedem. Estima-se que tenha vendido entre 90 e 120 milhões de cópias.
O Sonho da Câmara Vermelha
(Cao Xueqin)
Publicado em meados do século 18, “O Sonho da Câmara Vermelha”, de Cao Xueqin, é uma das obras-primas da literatura chinesa. O livro faz um relato detalhado da aristocracia chinesa da época. Acredita-se que o conteúdo da história seja autobiográfico descrevendo o destino da própria família do escritor. Estima-se que tenha vendido entre 80 e 100 milhões de cópias.
O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa
(C.S. Lewis)
Publicado em 1950, “O Leão, A Feiticeira e o Guarda-Roupa” é um romance infantil do escritor britânico C.S. Lewis. O livro narra a história de quatro irmãos que vivem na Inglaterra durante a 2ª Guerra Mundial. Em uma de suas brincadeiras descobrem um guarda-roupa que leva quem o atravessa ao mundo mágico habitado por seres estranhos, como centauros e gigantes. Estima-se que tenha vendido entre 75 e 90 milhões de cópias.
Ela, a Feiticeira
(Henry Rider Haggard)

terça-feira, 4 de junho de 2013

Cavalo penetra

Pedro Américo - O grito do Ipiranga
O que tem a ver o famoso quadro “O grito do Ipiranga”, de Pedro Américo, o artista paraibano que, se estivesse vivo, estaria completando 170 anos, e “O cangaceiro”, filme de Lima Barreto que estourou no mercado internacional há exatos 60 anos? A presença de um intruso chamado cavalo.
No quadro de Pedro Américo, D. Pedro I está ao centro, montado num cavalo com a espada levantada. O imperador é rodeado por pessoas também montadas em cavalos.
Só que, segundo Juliana de Faria, autora do livro “Independência ou morte”, lançado em 2006, o mais provável é que a turma estivesse sobre mulas.
— A viagem que D. Pedro I e sua comitiva enfrentaram para chegar ao Ipiranga foi longa, complicada. O trecho contava com subidas e descidas difíceis de serem atravessadas por cavalos.
Já no filme “O cangaceiro” tanto o mocinho como o bandido, talvez inspirado no faroeste americano, andavam a cavalo.
Só que, na vida real, os cangaceiros quase não usavam cavalo, como lembra o grande estudioso do tema Frederico Pernambucano de Mello:
— Creio que 80% dos deslocamentos de Lampião e de seu bando foram sobre as alpercatas de rabicho (as sandálias típicas). Eles não tinham cavalos. Requisitavam, violentamente se necessário. Mas convinha ir a pé para ter a certeza de que não cairiam numa emboscada no meio do caminho.
Você sabia que os diálogos de “O cangaceiro” são da Rachel de Queiroz?
Mas aí é outra história.

sábado, 1 de junho de 2013

Aristóteles Contemplando um busto de Homero

Rembrandt van Rijn - Aristóteles Contemplando um busto de Homero

Aristóteles Contemplando um busto de Homero é uma pintura a óleo sobre tela por Rembrandt van Rijn. Foi pintado em 1653, como uma comissão de Don Antonio Ruffo, de Messina, na Sicília, que não solicitou um determinado assunto.
Aristóteles, cansado do mundo, olha para o busto de Homero, cego humilde, no qual ele repousa uma de suas mãos. Isto tem diversas sido interpretado como o homem do som, a ciência metódica adiando para Arte, ou como o filósofo rico e famoso, usando o cinto de joias que lhe foi dada por Alexandre, o Grande, a invejar a vida do pobre cego bardo, também tem sido sugerido que este é o comentário de Rembrandt sobre o poder do retrato.
A interpretação da ciência metódica adiando a arte é discutido em detalhe em que Realizada notas que a mão direita de Aristóteles, tradicionalmente mão do favorecido, é sobre o busto de Homero, é maior, e pintou mais leve do que a mão esquerda sobre o ouro cadeia que lhe foi dada por Alexandre.
Foi comprado em 1961 por US $ 2,3 milhões até o Metropolitan Museum of Art em Nova York, EUA. Na época, esse era o valor mais alto já pago por qualquer imagem em venda pública ou privada.