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quarta-feira, 8 de abril de 2015

A Floresta

Jan Bruegel the Elder
Na floresta não existe nem rebanho nem pastor
Quando o inverno caminha
Segue seu distinto curso como faz a primavera
Os homens nasceram escravos daquele que repudia a submissão
Se ele um dia se levanta e lhes indica o caminho
Com ele caminharão
Dá-me a flauta e canta
O canto é o pasto das mentes
E o lamento da flauta perdura mais que rebanho e pastor.
Na floresta não existe ignorante ou sábio.
Quando os ramos se agitam a ninguém reverenciam
O saber humano é ilusório
como a serração dos campos que se vai
quando o sol se levanta no horizonte.
Dá-me a flauta e canta
O canto é o melhor saber
E o lamento da flauta sobrevive ao cintilar das estrelas.

Na floresta só existe lembrança dos amorosos.
Os que dominaram o mundo e oprimiram e conquistaram
os seus nomes são como letras dos nomes dos criminosos.
Conquistador entre nós é aquele que sabe amar.
Dá-me a flauta e canta
E esquece a injustiça do opressor.
Pois o lírio é uma taça para o orvalho
E não para o sangue.

Na floresta não há crítico nem censor
Se as gazelas se perturbam quando avistam o companheiro
a águia não diz: que estranho.
Sábio entre nós é aquele que julga estranho apenas o que é estranho.
Ah, dá-me a flauta e canta
O canto é a melhor loucura
e o lamento da flauta sobrevive aos ponderados e aos racionais.

Na floresta não existem homens livres ou escravos.
Todas as glórias são vãs como borbulhas na água.
Quando a amendoeira lança suas flores sobre o espinheiro não diz:
“Ele é desprezível e eu sou um grande Senhor.”
Dá-me a flauta e canta
que o canto é glória autentica
E o lamento da flauta sobrevive
Ao nobre e ao vil.
Na floresta não existe fortaleza ou fragilidade
Quando o leão ruge não dizem: “Ele é temível.”
A vontade humana é apenas
uma sombra que vagueia no espaço do pensamento
e o direito dos homens fenece
como folhas de outono.
Dá-me a flauta e canta
O canto é a força do espírito
E o lamento da flauta sobrevive ao apagamento dos sóis.

Na floresta não há morte nem apuros.
A alegria não morre quando se vai a primavera.
O pavor da morte é uma quimera que se insinua no coração,
pois quem vive uma primavera é como se houvesse vivido séculos.
Dá-me a flauta e canta
O canto é o segredo da vida eterna
E o lamento da flauta permanecerá após findar-se a existência.

Khalil Gibran (1883-1931)

domingo, 21 de setembro de 2014

21 de Setembro - Dia da Árvore

Tomasz Alen Koperae
“Árvores são poemas que a terra escreve para o céu. Nós as derrubamos e as transformamos em papel para registrar todo nosso vazio”.
Khalil Gibran (1893-1931)

sábado, 3 de maio de 2014

Solidão

Rybi Stephan
Procurei a solidão porque me cansei
dos que confundem amabilidade com fraqueza,
tolerância com covardia,
e altivez com orgulho.

Khalil Gibran (1883-1931)

domingo, 3 de julho de 2011

Nus ao Vento

Christophe Vacher
Estar nus ao vento e brincar com sua pele
Deixar-se beijar pelo mar,
pela chuva, pelo orvalho,
pelos humores de uma noite quente de verão
Fazer um manto com a lua
que brinca entre as árvores
E quando o sol subir alto no céu,
derreter no seu quente suspiro ...

Khalil Gibran (1883-1931)

domingo, 26 de junho de 2011

Khalil Gibran

Franklin Carmichael - Autumn In The Northland
A tristeza é um muro
entre dois jardins.

Khalil Gibran (1883-1931)

segunda-feira, 31 de maio de 2010

O mar

Estou a caminhar para sempre
nas costas desse mar,
Entre a areia e a espuma das ondas,
A maré alta vai apagar as minhas pegadas,
E o vento vai soprar a espuma para longe.
Mas o mar e a costa vão permanecer
Para sempre.

Khalil Gibran (1883-1931)