segunda-feira, 3 de maio de 2010

Amor incestuoso

Carlos Drummond de Andrade, a esposa Dolores e a filha Maria Julieta


Drummond nutria um amor incestuoso
pela filha Maria Julieta
Carlos Drummond de Andrade nasceu em Itabira, 31 de outubro de 1902. Formou-se em farmácia, mas nunca exerceu a profissão, pois se dedicou ao jornalismo e ingressou no funcionalismo público, que lhe garantiu a sobrevivência.
⇒ Em 1920 conheceu Dolores Dutra de Moraes num cinema em Belo Horizonte. Casaram-se em 1925.
⇒ Neste mesmo ano com Emílio Moura e outros companheiros, fundou "A Revista", para divulgar o modernismo no Brasil.
⇒ Em 1928 nasce Maria Julieta Drummond de Andrade.
⇒ Em 1934, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde foi chefe de gabinete de Gustavo Capanema, ministro da Educação, até 1945. Passou depois a trabalhar no Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
Ali em 1951, conheceu Lygia Fernandes que era bibliotecária e tinha 22 anos ele 49. Ela tomava o café e passava a limpo na máquina os textos manuscritos dele. Começa então um relacionamento que durou até a sua morte em 1987 apesar dele ser casado.
Dolores propôs que se separassem, mas ele disse que se mataria, caso isso acontecesse. Drummond prezava demais a dimensão institucional de cartório.
O poeta se equilibrou assim nessa vida dupla, bígama, porque era a favor do casamento, o dele e todos os demais. Recriminava os amigos que viviam trocando de mulher.
Sua única filha Maria Julieta casou-se com Manuel Graña Etcheverry em 18 outubro 1949. Tiveram três filhos:
  1. Carlos Manuel Etcheverry nascido em 11 novembro 1950
  2. Luiz Maurício Etcheverry nascido em 16 agosto 1953
  3. Pedro Augusto Etcheverry nascido em 30 janeiro 1960
Maria Julieta separou-se em 1971 de Manoel Grana Etcheverry (tradutor de Drummond para o espanhol), Maria Julieta voltou a se casar no Brasil, em 1983 com o mineiro Octávio Junqueira Mello Alvarenga, 60 anos, presidente da Sociedade Nacional de Agricultura. "Ela foi o meu amor da madureza", diz Alvarenga, "um amor lírico, lúcido e triste, pois sabíamos que a sua doença era irreversível." A princípio, Drummond não foi a favor da ligação de Alvarenga com a filha. Por fim, Drummond acabou aceitando o novo genro, enquanto Maria Julieta passava a assinar sem o sobrenome Drummond de Andrade.
Drummond no enterro da filha Maria Julieta, que faleceu doze dias antes de seu pai.

Em 5 de agosto de 1987 Maria Julieta morreu. Apenas doze dias depois, em 17 de agosto de 1987, Drummond morre numa clínica em Botafogo, no Rio de Janeiro, de mãos dadas com Lygia Fernandes, sua namorada com quem manteve um romance paralelo ao casamento e que durou 35 anos.
Em 2003, Octavio Mello Alvarenga, genro de Drummond causou polêmica ao lançar o livro de memórias "Rosário de Minas". Nele, culpa Drummond, ciumento ao extremo, pela morte de Maria Julieta Drummond e sugere que quem escreveu o famoso verso "Tinha uma pedra no meio do caminho, no meio do caminho tinha uma pedra", não foi Drummond, mas sua mulher, Dolores.
Mas, a maior polêmica foi revelar que seu famoso sogro nutria um amor incestuoso pela filha Maria Julieta, que morreu de câncer. E que Drummond se suicidou 12 dias depois da morte dela, deixando de tomar seu remédio para o coração.

⇒ O Livro: "Rosário de Minas – Memórias e Sugestões" foi recusado por cinco editoras.
⇒ Ele acabou investindo 22 mil reais para publicar o livro.
⇒ Tem 422 páginas e pela Editora: Lidador.
⇒ Octávio Junqueira Mello Alvarenga morreu em julho de 2010.

5 comentários:

Larissa Pereira Gouveia disse...

As informações sobre esse suposto amor incestuoso,aludido pelo ex genro:eu já as conhecia.E embora (no todo) ainda ache-a bastante inconsistente,o fato é que não posso ler nada relacionado a ele e a filha sem ficar reticente e (francamente) ligeiramente incomodada - mas de resto,ponhamos que descontado TODO um possível sensacionalismo do genro;tudo nas relações paternas e maternas com seus respectivos filhos é,sim, puro Freud.Hmm!Há,por sinal,uma entrevista onde (não diretamente,é claro) perguntam a Drummond o que pensa sobre coisas como incesto - tenho ela salva por aqui.
E sobre a percepção inegável: De que esse mineiro férreo,a despeito da gigante genialidade poética,era amiúde um homem(zinho) bem tradicional família mineira,bem do repartição pública.Trazendo consigo, todas as típicas demagogias conflitantes entre o eu institucional e o homem operandis.Coisas estas, que fartariam as ironias de um certo Nelson Rodrigues...Idem,eu já havia juntado as peças e concluído - um tanto quanto decepcionada. Muito embora,ainda não conhecesse ipsis litteris a historia da amante.

Mas existe uma informação, que descredencia todo o restante deste texto:Basta ler qualquer biografia básica de Drummond,anexada em qualquer livro dele,e se verá que ele não ficou viúvo.Que foi Dolores quem ficou viúva,morrendo só uns 7 anos depois dele.Inclusive,quem morrera em 94 foi ela própria,Drummond morreu no finalzinho dos anos 80(1987).A ordem é: Morre a filha dele(vítima de um câncer),ele morre logo em seguida(ou,como sustenta o genro: "mata-se"/mais precisamente, desiste da vida).E,finalmente, alguns anos depois morre a viúva dele.
Agora... Que a vida de Drummond foi pra fartar laudas e laudas de cáusticos pensadores dessa instituição individualista, chamada Minas-Tradicional-Família(essa,bem nos moldes Nelson Rodriguianos, autor da da frase:"o mineiro só é solidário no câncer"),lá isso ninguém duvida.Aliás, a vida do homem Drummond (quiçá) renderia um novo 'Cronica da Casa Assassinada',do (cáustico mineiro) Lúcio Cardoso.

PS:Inclusive devo dizer que,apesar de uma baiana completamente(!) apaixonada por Minas,como eu realmente sou.Ainda sou capaz de reconhecer nela este seu terrível calcanhar de Aquiles:Essa combinação patética de "tradição institucional","repressão moral" e "bons costumes cristãos", constituem a única parte de Minas e dos mineiros que me repele.Confesso,porque amo e posso tbm criticar:Faz falta, pelo menos, mais uma meia dúzia de mineiros provocadores,(desenfreadamente) libertinos;desbocados,despudorados e intensos como Darcy Ribeiro foi - eis,o mineiro mais escancarado que já existiu <3
**PODE APAGAR OS OUTROS COMENTÁRIOS QUE FORAM DUPLICADOS,E POSTAR SÓ ESSE**

Arnaldo Manso disse...

Larissa.....

Primeiramente, muito prazer em conhecê-la e da mais aproximada maneira da "Identificação Personalística"... qual seja a de se estar diante de um "Mergulho" em uma Análise sobre Fatos Biográficos de Personagens Ilustres e... evidentemente "Humanos"... como qualquer um de nós ... "Mortais"... diferentes deles... "Imortais" que são pela Obra Legada evi-eternamente...

Assim...quero lhe parabenizar por todo o dito e da forma como você o diz ... ainda que, como eu, faça uso das reticências tão adequadas ao Pensamento que nos Voa ...

Drumond & Julieta ... nos parece uma Personalidade (ainda que em dois...) constituída de Amor, Admiração, Carinho e Dedicação Plena, no "Acidente" de serem Pai & Filha (Configurando a Incestuosidade Acadêmica).

Na Verdade... ainda que ocorram "Espantos e Condenações" ... o que isso tem a ver com o que nos interessa De Fato e De Direito?
Já Respondendo... digo que "Absolutamente Nada"...porque o que importa mesmo, quando estamos diante de um Monstro Sagrado da Literatura Brasileira, é a Obra Herdada... e isto é incontestavelmente Sagrado para a Eternidade (Até quando seja...).

Drumond... Paulo Mendes Campos ... Hélio Pelegrino ... Otto Lara Resende ... Fernando Sabino ... são os Mineiros que se Naturalizaram Cariocas sem perder o Nascedouro e Tudo o Quanto se identifique "Um Mineiro Bom de Prosa & Verso...

E é nessa Contemplação do Sagrado ... que prefiro ficar ... e jamais me esquecer...

Abraços,
Arnaldo

Anônimo disse...

O livro que Octávio Alvarenga escreveu é uma droga e cheio de falácias. Ele mesmo admitiu no Arquivo Museu de Literatura Brasileira que escrevera ficção, para não dizer calúnias, a respeito de Drummond e sua filha. O amor que o poeta nutriu por sua filha é o de qualquer pai normal por sua filha única (vale recordar que o poeta já tinha perdido um filho em 1927). Quando Maria Julieta faleceu, o poeta já tinha sérios problemas cardíacos e, evidentemente, a perda de sua filha não ajudou. Mas ele não se suicidou, mas tomou todos os remédios indicados pela cardiologista Elisabeth Freitas; o falecimento se deu por insuficiência cardíaca por volta das 20 h do dia 17 de agosto de 1987, 12 dias depois do da filha. Qualquer sugestão além do amor filial e da cumplicidade familiar na relação entre CDA e Maria Julieta, é totalmente incompreensível e revela uma incapacidade de entender corretamente as relações humanas. Ainda, Alvarenga nunca foi "genro" do poeta. Ele teve uma relação amorosa com Maria Julieta que, quando ela finalmente adoeceu, ele preferiu afastar-se. O comportamento de Alvarenga foi indigno de quem se dizia amigo de CDA e amante de sua filha. Ao meu ver, Alvarenga tentou aparecer às custas da memória do poeta; não conseguiu: nenhum editor aceitou publicar aquela porcaria e ele mesmo teve que bancar a edição. Alguém se lembra desse livro? Não! Alguém se lembra de qualquer poema de Drummond? Nem preciso responder. A história e os fatos deram razão a Carlos Drummond de Andrade.

Unknown disse...

Nossa! Fiquei aqui de dedos cruzados para que este "suposto" incesto fosse mentira. Eu não consigo separar totalmente autor e eu -lírico. Um escritor pode ser genial, mas incestuoso,não! Como vi umas datas erradas aí,duvidei de fatos também. Ligia Fagundes Teles tem 97 anos,portanto, não podia ter apenas 22 em 1951, mas sim, 28. Drummond não ficou viúvo, a esposa que ficou. Lrmbro-me, inclusive dela.afagando o rosto de Drummond no sepultamento dele. Quanto ao comentário da Larissa, até gostei, mas devo lembrar a ela que Drummond era ateu.Talvez se pregasse,de verdade a moral cristã, não teria tido uma vida bígama.


Maria José Speglich disse...


Unknown disse... (sei lá, vc deveria colocar seu nome)
Ligia Fagundes Teles não aparece no texto que postei a Ligia que aparece é Lygia Fernandes, amante de Drummond.
O outro erro eu corrigi.