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terça-feira, 15 de janeiro de 2013

E a margarida...

“Você me amava
disse
a margarida.

A margarida
é doce
amarga a vida”.

Paulo Leminski (1944-1989)

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Esse sentir-se

Francine Van Hove
Esse súbito não ter
Esse estúpido querer
Que me leva a duvidar
Quando eu devia crer
Esse sentir-se cair
Quando não existe lugar
Aonde se possa ir
Esse pegar ou largar
Essa poesia vulgar
Que não me deixa mentir.

Paulo Leminski (1944-1989)

quinta-feira, 8 de março de 2012

Asas e Azares

Paul Greenwood - Angel of lost hearts
Voar com a asa ferida?
Abram alas quando eu falo.
Que mais foi que fiz na vida?
Fiz, pequeno, quando o tempo
estava todo ao meu lado
e o que se chama passado,
passatempo, pesadelo,
só me existia nos livros.
Fiz, depois, dono de mim,
quando tive que escolher
entre um abismo, o começo,
e essa história sem fim.
Asa ferida, asa ferida,
meu espaço, meu herói.
A asa arde. Voar, isso não dói.

Paulo Leminski (1944-1989)

sábado, 28 de maio de 2011

Moinho de versos

moinho de versos
movido a vento
em noites de boemia

vai vir o dia
quando tudo que eu diga
seja poesia.

Paulo Leminski (1944-1989)

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Pergunta

SOL
LUA
POR QUE SÓ UM
DE CADA
NO CÉU
FLUTUA?

Paulo Leminski (1944-1989)

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Amar você é coisa de minutos

Amar você é coisa de minutos
A morte é menos que teu beijo
Tão bom ser teu que sou
Eu a teus pés derramado
Pouco resta do que fui
De ti depende ser bom ou ruim
Serei o que achares conveniente
Serei para ti mais que um cão
Uma sombra que te aquece
Um deus que não esquece
Um servo que não diz não
Direi os versos que quiseres
Esquecerei todas as mulheres
Serei tanto e tudo e todos
Vais ter nojo de eu ser isso
E estarei a teu serviço
Enquanto durar meu corpo
Enquanto me correr nas veias
O rio vermelho que se inflama
Ao ver teu rosto feito tocha
Serei teu rei teu pão tua coisa tua rocha
Sim, eu estarei aqui.

Paulo Leminski