segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

O Apanhador no Campo de Centeio

"O Apanhador no Campo de Centeio",
de Jerome David Salinger
O Livro Que Inventou Uma Geração
É bastante possível que você nunca tenha lido O Apanhador. No entanto, se você tem um mínimo de "antenidade" com o mundo que o cerca, muito provavelmente já leu ou ouviu alguma alusão ao livro no cinema, em jornal, revistas ou em outros livros.
O Apanhador no Campo de Centeio foi escrito por J. D. Salinger, em meados de 1945. Narra em primeira pessoa alguns dias da vida de Holden Caulfield, um garoto problemático, entediado, estúpido, covarde, mentiroso, divertido, que acaba de ser expulso da terceira escola. Holden é vitíma de si mesmo, de seu tédio, de seus problemas… Mas na verdade, tudo o que ele quer é defender seus verdadeiros valores.
Holden fica perambulando por NY enquanto não volta pra casa, e aos poucos vai revelando ao leitor um pouco de sua vida, do seu passado, da família. Lembrando que tudo isso se passa em 1945, Estados Unidos pós-guerra, e etc. É um livro legal, daqueles que você vai lendo e lendo pra tentar descobrir e entender o personagem.
Holden Caulfield, além de personagem principal de um livro, também virou personagem de uma das músicas do Green Day. A música se chama Who wrote Holden Caulfield, foi lançada no primeiro CD da banda, e é praticamente um resumo da personalidade de Holden:
“Tem um garoto que enevoa seu mundo
e agora está ficando preguiçoso.
Não há motivação e a frustração o deixa louco.
Ele faz planos para tomar uma atitude
mas sempre acaba sentando.
Alguém o ajude ou ele vai acabar desistindo.”
O mesmo sucesso que consagrou de vez o talento de Salinger (que já vinha, desde os anos 40, publicando contos em revistas) foi sem dúvida o responsável pelo rumo inesperado que sua carreira (e sua vida) tomou desde então. O Apanhador, tornou-se uma coqueluche instantânea entre os jovens americanos, enlouquecidos ao finalmente conseguirem se identificar de forma tão perfeita com um herói de literatura.
Depois de vender mais de 30 milhões de exemplares e virar uma celebridade mundial, Salinger - notoriamente tímido e agressivamente modesto em relação a seu talento - primeiro isolou-se em uma casa no topo de uma montanha, em uma cidadezinha de mil habitantes. Depois foi diminuindo o ritmo de produção e afinal cortou qualquer contato com a mídia. Não concede entrevistas, não se deixa fotografar e nunca permitiu que nenhum dos seus livros fosse adaptado para o cinema (assim como o próprio Holden Caulfield, Salinger odeia cinema).
J. D. Salinger morreu em janeiro deste ano (2010).

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