“(...) Te desejo uma fé enorme , em qualquer coisa, não importa o quê. Não como aquela fé que a gente teve um dia, ao acreditar nas ilusões baratas que a vida vendeu pra gente. Aquilo não era fé, era se entregar de cara limpa pra mentira, pra grande podridão que pode ser o mundo. E ainda achar que tá tudo bem, que vai ficar tudo bem. Me deseja também uma coisa bem bonita, capaz de me fazer apagar o que passou e que me dê esperanças, mesmo que sejam pequenas-esperanças, mas nunca mais aquela fé barata. Uma coisa qualquer maravilhosa, que me faça acreditar em tudo de novo, que me convença de que a vida e as pessoas não são essa coisa vazia e triste que parecem ser dia após dia.”
[Trecho do conto "Os Sobreviventes", de Caio Fernando Abreu]
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