terça-feira, 12 de maio de 2015

A Caverna de Platão e a Busca Pela Verdade

A caverna de Platão, gravura da Escola Francesa do séc. XVI
Imaginemos uma caverna separada do mundo externo por um alto muro. Entre o muro e o chão da caverna há uma fresta por onde passa um fino feixe de luz exterior, deixando a caverna na obscuridade quase completa.
Desde o nascimento, geração após geração, seres humanos encontram-se ali, de costas para a entrada, acorrentados sem poder mover a cabeça nem locomover-se, forçados a olhar apenas para a parede do fundo, vivendo sem nunca ter visto o mundo exterior nem a luz do Sol, sem jamais ter efetivamente visto uns aos outros nem a si mesmos, mas apenas sombras dos outros e de si mesmos, porque estão no escuro e imobilizados.
O que é a caverna? O mundo de aparências e mitos em que vivíamos.
O que são as sombras projetadas ao fundo? As coisas que percebemos e fomos levados a acreditar como verdadeiras.
Que são os grilhões e as correntes? Nossos preconceitos e opiniões, nossa crença, nossa fé cega, nosso "testemunho".
Quem é o prisioneiro que sai e se liberta da caverna? A pessoa que descobre a verdade sobre o mormonismo.
O que é a luz do Sol? A luz da verdade.
O que é o mundo iluminado pelo sol da verdade? A realidade.
Qual o instrumento que nos liberta e com o qual nós desejamos libertar os outros prisioneiros? O conhecimento.
É incrível a aplicabilidade dessa alegoria, consigo me ver cada vez que leio o relato que a autora nos faz do sujeito que se liberta da caverna. A luz pode nos incomodar, nos fazer sofrer de início, mas ela nos faz bem, ela nos permite ver as coisas como elas são, e finalmente nos liberta. Meu desejo é que todos nós possamos deixar a caverna, mesmo que isso possa ser doloroso.
Extraído do Livro: Convite à filosofia de Marilena Chaui

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