quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Cidade dos estios

Henri Rousseau
Cidade acidental
dos estios. Senhoras
sobre luz, em azul.

Sedas, sedas extremas
insinuam, evitam
os ângulos fugitivos.

Desliza pelo seu carril
a reta. Corre, corre,
corre para a sua conclusão.

Ai! a cidade está
Louca de geometria,
Ó muito elementar!

Agosto é sábio
Com toda a simplicidade. Vértice,
Fatalidade sutil.

Por uma rede de caminhos,
De claríssimas tardes,
Seguem as delícias exatas.

E aos raios de sol
Evidentes, aconchega-se
A cidade essencial.

Jorge Guillén (1893-1984)
Tradução: Luís Costa

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