Guido Reni
O Padre Antônio Vieira pregava de encostar
as orelhas na boca do bárbaro.
Que para ouvir as vozes do chão
Que para ouvir a fala das águas
Que para ouvir o silêncio das pedras
Que para ouvir o crescimento das árvores
E as origens do Ser. Pois Pois.
Bernardo da Mata nunca fez outra coisa
Que ouvir as vozes do chão
Que ouvir o perfume das cores
Que ver o silêncio das formas
E o formato dos campos. Pois Pois.
Passei muitos anos a rabiscar, neste caderno,
os escutamentos de Bernardo. Ele via e ouvia inexistências.
Eu penso agora que esse Bernardo tem cacoete para poeta.
Manoel de Barros
as orelhas na boca do bárbaro.
Que para ouvir as vozes do chão
Que para ouvir a fala das águas
Que para ouvir o silêncio das pedras
Que para ouvir o crescimento das árvores
E as origens do Ser. Pois Pois.
Bernardo da Mata nunca fez outra coisa
Que ouvir as vozes do chão
Que ouvir o perfume das cores
Que ver o silêncio das formas
E o formato dos campos. Pois Pois.
Passei muitos anos a rabiscar, neste caderno,
os escutamentos de Bernardo. Ele via e ouvia inexistências.
Eu penso agora que esse Bernardo tem cacoete para poeta.
Manoel de Barros
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