segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Nicolas Poussin

Poussin: Entre o Intelecto e o Sensível
Poussin, artista símbolo do classicismo francês, soube harmonizar razão e poesia em suas telas. A sensibilidade dos movimentos e das cores dos personagens divide espaço com o rigor matemático das paisagens. Poussin marcou a história da arte e tornou-se referência para diversos artistas.
Poussin, "A Praga de Ashdod".
Um dos maiores representantes do classicismo do século XVII, Poussin trouxe para a arte clássica tanto um rigor intelectual e matemático quanto a sensibilidade de uma poesia visual única em seu período. Durantes os séculos seguintes, seu trabalho foi inspiração para artistas como Jacques-Louis David, Paul Cézanne e Pablo Picasso.
Poussin desprezava o realismo e a superficialidade acadêmica. Suas pinturas possuem uma distribuição calculada da estrutura pictórica, incomum no século XVII. Nesse distribuir matemático das composições, o artista jogava com o equilíbrio das massas, com o balanço dos planos e das luzes. Os volumes, os planos, o claro-escuro e o colorido raro são orquestrados com habilidade e grande segurança. Era praticamente um escravo das noções clássicas de pureza, grandiosidade e distância, e, no entanto, possui a vivacidade plástica e o movimento melódico.
Alguns de seus quadros têm uma mensagem moral ou filosófica; outros procuram chamar a atenção do homem para a questão da efemeridade da vida. Os homens elevados a heróis por Poussin são os que trocam o vício e os prazeres pela virtude e pela razão. Em Midas e Baco, Poussin sugere o questionamento da ânsia por riquezas que o homem possui, desvirtuando valores. E, o mais importante, fazendo com que ele perca tudo o que lhe é de verdadeiro valor.
Poussin, Dança para a Música do Tempo.
Em suas representações de mitos clássicos, Poussin opera através da dualidade, onde a sensualidade é latente e sutil. Em Dança para música do tempo as jovens deusas e ninfas divertindo-se não parecem divinas, mas filhas da terra. A seda colorida que recobre seus corpos deixa os contornos sensuais, o céu azul de nuvens douradas que recobre a paisagem lírica convida a participar da cena.
A arte de Poussin é a perfeita junção do poético e da razão. O artista modificou a história da arte ao ampliar o campo de experimentações e quebrar as fronteiras do que era posto como arte francesa e italiana. E assim abrir caminho para artistas como Géricault, Ingres e Delacroix.
Poussin, "Moisés, Bebé Salvo no Rio".

Fonte:
( Artes & Fatos )

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