Jean-Marc Janiaczyk
Só minha voz dentro do lago cresce
Como um caule de raiva. No alto a rosa,
Indiferente às aves diluídas
E ao sonho seco do tumor das ilhas.
No lago a dúvida é uma estrada (ou era?).
E os barcos têm perdido tantos lemes,
Que só retornam quando o vento vela
O cadáver solícito dos rumos.
Ao céu a rosa é fria como um grito
Diariamente antigo. O lago dorme
Longe das horas de sessenta medos.
E enquanto a dor não se transforma em rosa,
Só minha voz das águas mortas crava
Sobre a carne da luz beijos de pedra.
Homero Frei
Como um caule de raiva. No alto a rosa,
Indiferente às aves diluídas
E ao sonho seco do tumor das ilhas.
No lago a dúvida é uma estrada (ou era?).
E os barcos têm perdido tantos lemes,
Que só retornam quando o vento vela
O cadáver solícito dos rumos.
Ao céu a rosa é fria como um grito
Diariamente antigo. O lago dorme
Longe das horas de sessenta medos.
E enquanto a dor não se transforma em rosa,
Só minha voz das águas mortas crava
Sobre a carne da luz beijos de pedra.
Homero Frei
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