João Bosco Campos
Eis-me aqui, na bucólica doçura
desta risonha e encantadora vila,
onde gozo, há dois meses, a ventura
de uma vida suavíssima e tranquila.
Palpitante de cores e de festas,
a mata em flor abre-se em mil botões…
Que alvoroço de ninhos, nas florestas!
Que infinito de paz, nos corações!
Aqui tudo à alegria nos exorta;
há pureza nas almas e no clima;
o ar sadio da terra nos conforta,
a bondade dos homens nos anima.
Vendo, assim, tão perto a natureza
cheia de encantos e de exemplos sábios,
a gente há de ter sempre, com certeza,
mais ternura nos olhos e nos lábios.
Longe da agitação e do barulho,
ante a moldura desta vida calma,
o homem se despe da maldade e orgulho,
e veste de esperanças a sua alma.
E, quando, um dia, ele regressa à vida
agitada das grandes capitais,
a alma que nele volta agradecida,
dessas paragens não esquece mais!
Theobaldo Miranda Santos (1905-1971)
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