segunda-feira, 16 de julho de 2012

Soneto

Friedrich August Bouterwek
Perto da minha dama e longe do meu querer,
tão cheio de desejo e medo ao mesmo tempo,
o coração me falha e nas palavras tremo
quanto a poder dizer o que quero dizer.

“Bela”, disse eu, de dor fazeis-me estremecer,
e nem sei o que digo, e nem sei o que penso,
perto da minha dama e longe do meu querer.

De todas as demais nem desejo saber,
numa só coloquei todo o bem a um tempo,
Libertar-me ousarei do terror em que tremo
para pedir enfim que me façais valer
perto da minha dama e longe do meu querer?

Alain Chartier (1385-1433)

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