Foto de Marc Ferrez
“O mascate batia com dois paus na mão. Dizia brandamente: "E-renda de linho!" e logo se via tremer no ar colorido o fio trêmulo das rendas esforçando-se em arabescos. Mas o dizer ainda não era nada. Trazia às costas, uns sobre os outros, vários baús azuis, com flores cor-de-rosa.
E punha-se a abri-los, pelas portas. Havia "sapanetes" em caixas excessivamente cheirosas, fitas brilhantes, de todas as cores, alfinetes com cabeça de vidro azul, em forma de passarinho; gaitas, assovios, falutas de lata lustrosa, tão lustrosa como o próprio som que desprendiam, e que fazia aparecer todos os garotos da rua”.
E punha-se a abri-los, pelas portas. Havia "sapanetes" em caixas excessivamente cheirosas, fitas brilhantes, de todas as cores, alfinetes com cabeça de vidro azul, em forma de passarinho; gaitas, assovios, falutas de lata lustrosa, tão lustrosa como o próprio som que desprendiam, e que fazia aparecer todos os garotos da rua”.
Cecília Meireles (1901-1964)
Do livro: Olhinhos de gato - Editora Moderna
Do livro: Olhinhos de gato - Editora Moderna
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