sábado, 24 de março de 2012

Como a tuberculose mudou a arquitetura das cidades?

Wilhelm Schulz
A pandemia de coronavírus não foi a primeira a mudar hábitos e a maneira como nos relacionamos com o espaço.
Com as epidemias surge o design atual da casas, bem cono as práticas de saúde passaram dos laboratórios para as cidades e depois para as residências.
Com quase todo mundo passando mais tempo em casa, é normal que você tenha começado a reparar em coisas que não notava antes. Também é normal que você tenha se perguntado, em algum momento, se existe algo a se fazer, além da limpeza, para se livrar dos vírus. Mas o que você pode não saber é que muito do design das nossas casas contemporâneas surgiu em decorrência de outras grandes epidemias e pandemias, como a da gripe de 1918, tuberculose e disenteria, por exemplo.
A história do mobiliário dos últimos duzentos anos está muito relacionada a medidas de saúde. A professora de História da Arquitetura Juliana Suzuki explica que isso começa com as medidas sanitaristas na Europa, no final do século 19. Foi nessa época que as grandes descobertas sobre a transmissão de doenças estava acontecendo.
Naquela época, tarefas muito básicas, como lavar as mãos e limpar a casa, não eram costumes. Foi só com os avanços da Ciência e a descoberta das bactérias que a compreensão sobre higiene passou a ser difundida.
Não fosse pela tuberculose, talvez a arquitetura moderna não tivesse os contornos que a identificam hoje. Ambientes iluminados e assépticos, projetados para deixar circular o ar puro, foram a marca dos sanatórios voltados para o tratamento da tuberculose no fim do século 19, quando a doença era vista como resultado de falta de ventilação, clima desfavorável, sedentarismo, enclausuramento e falta de luz solar.

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