Osvaldão em cartaz de Jayme Leão, 1987
A 27 de abril de 1938 nasce em Passa-Quatro, MG, Osvaldo Orlando da Costa, o Osvaldão da Guerrilha do Araguaia. Será um dos guerrilheiros mais admirados pelo povo do sul do PA, pela bondade, a coragem, a pontaria. Desaparecido desde meados de 1974.
Osvaldão, como era conhecido pelos companheiros de luta, foi um dos principais integrantes da Guerrilha do Araguaia, ocorrida na região Norte do Brasil na década de 70. Negro, forte, com quase dois metros de altura, ele era uma figura inconfundível. Quem o conheceu se refere à ele como um homem alegre, sensível e extremamente justo.
Membro do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Osvaldo Orlando da Costa foi obrigado a viver na clandestinidade depois do golpe militar de 1964, quando passou a ser procurado por sua militância. Antes, porém, foi campeão de boxe pelo clube Botafogo, do Rio de Janeiro, e estudante de Engenharia de Minas, em Praga, na Checoslováquia, onde viveu alguns anos.
Osvaldão foi um dos primeiros militantes comunistas a chegar na região do Araguaia, com a missão de implantar uma guerrilha. Entrou como garimpeiro e mariscador. Tornou-se, em pouco tempo, o maior conhecedor da área ocupada pelos guerrilheiros. Muito querido pelos companheiros e moradores locais, não tardou para que Osvaldo fosse promovido à comandante de um destacamento guerrilheiro.
Osvaldão foi, provavelmente, o último guerrilheiro a ser morto pelos militares, na selva do Araguaia. Segundo o Relatório Arroyo, do PCdoB, o comandante negro teria sido morto e decapitado em 1975, quando foi localizado pelos inimigos próximo à uma cachoeira, muito magro, ferido e doente. Quem teria atirado em Osvaldão foi o mateiro Arlindo Piauí, que servia de guia para as tropas do Exército no interior da floresta.
Sua morte pode ser considerada o ponto final simbólico da epopéia e do sonho guerrilheiro no Araguaia. Até hoje seus restos mortais continuam desaparecidos.
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