terça-feira, 26 de maio de 2015

Jura

Paul Klee
Quando ao ver-te aborrecida,
Em teu sofá recostada,
Te propus, com voz magoada,
Consagrar-te a alma e a vida,

Uma proposta sentida,
Recebeste-a à gargalhada!
E logo eu disse: coitada!
Estás de todo perdida!

Como na boca do sapo
Se vai meter a doninha,
Hás de cair-me no papo.

Não me escapas, avezinha:
Não me tenho por guapo,
Mas, que importa? Hás de ser minha!

João Penha (1838-1919)

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