Pierre Auguste Renoir - A Walk in the Woods
Henry David Thoreau (1817-1862) foi um pensador que se embrenhou no meio do mato após ser encarcerado por que rejeitou pagar impostos que iriam
financiar uma guerra. “Se uma lei é injusta, o homem não somente tem o direito de desobedecê-la, ele tem a obrigação de fazê-lo”. [Thomas Jefferson].
O livro "Walden" registra suas experiências e ideias sobre as liberdades individuais, e juntamente com “Desobediência Civil” se tornou uma espécie de standard de sua filosofia de vida. Mas o assunto agora será sobre andar, que é item, outra forma de liberdade, a de transitar.
No ensaio “Walking” de 1862, Thoreau aborda questões como a preservação da natureza (numa antecipação dos movimentos ambientalistas), a descoberta das Américas, e já deflagra uma questão de sua época que ainda hoje permeia a vida do homem contemporâneo:
A Preguiça.
Observando minha realidade, me deparo com a maldita diariamente: escadas rolantes, carros ocupados só pelo condutor e processos de automação de todos os serviços possíveis.
Não me tenha como antiprogressista, ao contrário, comodidade é boa e eu gosto.
Há também de se considerar que o transcendentalista americano relata sua própria experiência de descoberta a pé do espaço em que habita, alegando que sua vizinhança o proporciona passeios magníficos e que igualmente caminha milhas nas matas, as vezes por dias seguidos.
Saindo do livreto e olhando pela janela, não reconheço cidade de vocação metropolitana que consiga aliar, conforme o escritor me deixa de imagem, vastos espaços verdes cercados de longos trechos de asfalto sem a tirania da violência urbana e o risco ao pedestre oferecido pelo fluxo intenso de veículos motorizados.
Aí entra o dilema da inação e da automatização generalizada: Evitamos o esforço físico do trote pois a mesma preguiça que a causa, gerou a automatização da violência, o excesso de velocidade do transporte e o descaso para com os ambientes naturais voltados a contemplação e ao convívio social.
Tal discussão envolve grande alçada em campos diversos do conhecimento e não é meu intento debulhar ela por completo.
Isto é apenas uma constatação de que Thoreau nos dias atuais pensaria duas vezes antes de se estarrecer ante pessoas que passam uma manhã inteira de pernas cruzadas, como se pernas tivessem sido feitas para permanecerem sentadas e não eretas.
Flanar livremente para ele era um dever, que atualmente, seria um direito exercido sob duras penas.
O livro "Walden" registra suas experiências e ideias sobre as liberdades individuais, e juntamente com “Desobediência Civil” se tornou uma espécie de standard de sua filosofia de vida. Mas o assunto agora será sobre andar, que é item, outra forma de liberdade, a de transitar.
No ensaio “Walking” de 1862, Thoreau aborda questões como a preservação da natureza (numa antecipação dos movimentos ambientalistas), a descoberta das Américas, e já deflagra uma questão de sua época que ainda hoje permeia a vida do homem contemporâneo:
Não me tenha como antiprogressista, ao contrário, comodidade é boa e eu gosto.
Há também de se considerar que o transcendentalista americano relata sua própria experiência de descoberta a pé do espaço em que habita, alegando que sua vizinhança o proporciona passeios magníficos e que igualmente caminha milhas nas matas, as vezes por dias seguidos.
Saindo do livreto e olhando pela janela, não reconheço cidade de vocação metropolitana que consiga aliar, conforme o escritor me deixa de imagem, vastos espaços verdes cercados de longos trechos de asfalto sem a tirania da violência urbana e o risco ao pedestre oferecido pelo fluxo intenso de veículos motorizados.
Aí entra o dilema da inação e da automatização generalizada: Evitamos o esforço físico do trote pois a mesma preguiça que a causa, gerou a automatização da violência, o excesso de velocidade do transporte e o descaso para com os ambientes naturais voltados a contemplação e ao convívio social.
Tal discussão envolve grande alçada em campos diversos do conhecimento e não é meu intento debulhar ela por completo.
Isto é apenas uma constatação de que Thoreau nos dias atuais pensaria duas vezes antes de se estarrecer ante pessoas que passam uma manhã inteira de pernas cruzadas, como se pernas tivessem sido feitas para permanecerem sentadas e não eretas.
Flanar livremente para ele era um dever, que atualmente, seria um direito exercido sob duras penas.
Fonte:
( Jornal Opção )
Nenhum comentário:
Postar um comentário