terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Humanidade insana

Francisco Goya – El Tres de Mayo
Os humanos se envolvem em disputas territoriais desde a Idade da Pedra, é verdade, mas a melhora tecnológica das “máquinas de matar” ao longo do último milênio fez com que os conflitos fizessem muito mais vítimas fatais em menos tempo – inclusive gente que não tinha nada a ver com a briga. Nesta lista, confira as guerras, revoltas e rebeliões que mais dizimaram vidas ao longo da história.
  1. Segunda Guerra Mundial
    Local: Todos os continentes - nem todos foram atacados, mas países de todos os continentes tomaram parte (e morreram) nesta guerra.
    Período: de 1939 a 1945 – 6 anos
    Número estimado de mortos: 40.000.000 a 72.000.000 pessoas
    Entre as vítimas deste conflito, 62% eram civis – ou seja: pessoas que não tinham nada a ver com a briga além do fato de estarem lá (e, bem, serem judeus, ciganos, homossexuais, terem uma deficiência…). Além das armas de fogo convencionais, nessa guerra rolou gás mostarda, testes com pessoas em campos de concentração e bombas nucleares.

  2. Rebelião de An Lushuan
    Local: China
    Período: de 755 a 763
    Número estimado de mortos: 33.000.000 a 36.000.000 pessoas
    O general An Lushuan, durante a dinastia Tang, resolveu se declarar imperador de uma parte da China, o que não agradou a dinastia que reinava sobre o país. Foram 8 anos de confrontos que continuaram mesmo depois da morte de An Lushuan – e terminaram com a subjugação dos rebeldes e afirmação, mesmo que frágil, da dinastia Tang.

  3. Investidas Mongóis
    Local: Ásia e leste europeu
    Período: de 1207 a 1472
    Número estimado de mortos: 30.000.000 a 60.000.000 pessoas
    Foram 265 anos de invasões empreendidas pelo povo mongol por toda a Ásia e parte da Europa. A recompensa: um império de mais de 12 milhões de quilômetros quadrados.

  4. Disputa entre a dinastia Ming e Qing
    Local: China
    Período: de 1616 a 1662
    Número estimado de mortos: 25.000.000 pessoas
    Os Qing vieram do nordeste da Grande Muralha da China e eram vassalos dos governantes da dinastia Ming (aquela dos famosos vasos de porcelana). Houve uma revolta de camponeses que depôs os Ming e criou a Dinastia Shun –só que ela não durou muito tempo: os Qing dominaram a capital Beijing e assumiram o poder dizendo que estavam restabelecendo a “ordem imperial”. Mas na verdade eles estavam era pegando o poder pra eles mesmos.

  5. Rebelião Taiping
    Local: China
    Período: de 1815 a 1864
    Número estimado de mortos: 20.000.000 a 60.000.000 pessoas
    Esta “rebelião” foi na verdade uma grande guerra civil no sul da China, liderada por um cristão, Hong Xiuquan, que dizia ser o irmão mais novo de Jesus Cristo
    (pois é…).
  6. Primeira Guerra Mundial
    Local: Todos os continentes – nem todos foram atacados, mas países de todos os continentes tomaram parte (e morreram) nesta guerra.
    Período: de 1914 a 1918
    Número estimado de mortos: 15.000.000 a 65.000.000 pessoas
    A estimativa mais alta de mortos (65 milhões) contabiliza as pessoas que pereceram da Gripe Espanhola, uma variação do vírus H1N1 (que no século XXI conhecemos como Gripe Suína). A Gripe Espanhola se espalhou generalizadamente pelo mundo no começo do século XX e a epidemia “pegou carona” na 1ª Guerra, matando de 50 a 100 milhões de pessoas em menos de 2 anos, portanto, a gripe matou mais que a guerra.

  7. Investidas de Tamerlão
    Local: Ásia
    Período: de 1369 a 1405
    Número estimado de mortos: 15.000.000 a 20.000.000 pessoas
    Não se conquista um território sem matar umas pessoas, não é mesmo? Tamerlão e seus exércitos dizimaram muita gente na Ásia para expandir o Império Timúrida, que chegou a ter mais de 5,5 milhões de quilômetros quadrados.

  8. Revolta Dungan
    Local: China
    Período: de 1862 a 1877
    Número estimado de mortos: 8.000.000 a 12.000.000 pessoas
    Os chineses da etnia Dugan (também chamada de Hui, de origem persa) se revoltaram e foram derrotados – os que sobraram desse conflito foram para territórios que hoje são parte da Rússia, Cazaquistão e Quirguistão.

  9. Guerra Civil Russa
    Local: Rússia
    Período: de 1917 a 1921
    Número estimado de mortos: 5.000.000 a 9.000.000 pessoas
    Ainda que se diga que a este conflito acabou em 1921, a verdade é que ele se prolongou por mais dois anos. O objetivo da revolta era acabar com a monarquia, mas os grupos envolvidos divergiam sobre que forma de governo seria implantada com o fim dos czares. Levou a melhor o partido bolchevique, que estabeleceu o primeiro governo inspirado no socialismo de Karl Marx.

  10. Segunda Guerra do Congo
    Local: República Democrática do Congo, África
    Período: de 1998 a 2003
    Número estimado de mortos: 3.800.000 a 5.400.000 pessoas
    Este é o conflito mais recente da lista. A Guerra acabou em um acordo entre as partes, mas a população sofre com as consequências até hoje. Em 2004, cerca de 1.000 pessoas morreram diariamente de desnutrição e doenças que seriam facilmente tratáveis se a região não estivesse tão debilitada.

  11. Guerras Napoleônicas
    Local: Europa e ilhas nos oceanos Pacífico, Atlântico e Índico
    Período: de 1804 a 1815
    Número estimado de mortos: 3.500.000 a 6.500.000 pessoas
    O francês Napoleão Bonaparte estava bombando nas conquistas de territórios na Europa, mas não deu conta de lutar no inverno russo – muitos soldados viraram picolé e outra boa parte morreu de fome. A estratégia russa era queimar as cidades pelas quais o exército invasor iria passar para evitar que fossem saqueadas e fornecessem recursos aos inimigos.

  12. Guerra dos Trinta Anos
    Local: Império Romano (Ásia, Europa e um pedacinho da África)
    Período: de 1618 a 1648
    Número estimado de mortos: 3.000.000 a 11.500.000 pessoas
    Esta versão “de bolso” de uma Guerra Mundial começou como um conflito religioso e foi tomando feições mais complexas até ninguém saber mais por que estava brigando. Muitos dos exércitos tinham mercenários em suas frentes de batalha, que trocavam de lado sempre que a oportunidade parecia interessante.
Fonte: Revista Superinteressante

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