segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Sofonisba Anguissola

Sofonisba Anguissola (1527-1623)
Pintora do Renascimento
Auto retrato
Numa época em que às mulheres estava apenas reservado o papel de dona do lar e mãe de família, Amilcare Anguissola quis que as suas seis filhas estudassem e desenvolvessem os seus talentos naturais. Estava-se no século XVI em Cremona, na Lombardia, e foi assim que Sofonisba Anguissola se tornou a primeira mulher a ser reconhecida como pintora.
Aos 14 anos, Sofonisba começou a ter aulas de pintura com Bernardino Ciampi, um respeitado retratista e pintor de temas religiosos residente igualmente em Cremona, e, mais tarde, prosseguiu os estudos de pintura com Bernardino Gatti, o que constituiu na época um precedente para que os pintores passassem a aceitar mulheres como suas alunas.
Mai tarde, Miguel Ângelo, viria também a orientar o seu trabalho, embora de maneira informal. Apesar dos incentivos familiares e do apoio de artistas da estirpe de Miguel Ângelo, havia algo que estava vedado a Sofonisba Anguissola dada a sua condição de mulher – o estudo da anatomia e as aulas com modelos vivos. Por isso, desenvolveu um novo estilo de retrato, com ela própria como motivo principal – os autorretratos são frequentes ao longo da sua obra – ou membros da sua família em ambientes informais ou descontraídos, como o famoso quadro O Jogo de Xadrez, em que aparecem três das suas irmãs.
Tinha 27 anos quando Filipe II de Espanha convidou-a para ser pintora oficial em sua corte. Deste período, sobrevivem numerosos retratos.
Gian Paolo Lomazzo (1538-1592), no seu Livro, concebeu um diálogo imaginário entre Leonardo da Vinci e o escultor grego Fídias, no qual o primeiro afirma: “Quero chamar a tua atenção para os milagres de uma mulher de Cremona chamada Sofonisba, que tem surpreendido todos os príncipes e sábios da Europa com as suas pinturas. (…) Muitos valorosos têm pensado que ela recebeu o pincel da própria mão do divino Ticiano”.
A pintora apenas viria a casar em 1571, já aos 39 anos, num casamento que lhe foi arranjado por Filipe II. Sofonisba casou-se com D. Francisco de Moncada, filho do vice-rei da Sicília, continuando a viver em Espanha. Em 1578, regressaram a Itália, mais concretamente a Palermo, onde D. Francisco viria a falecer no ano seguinte.
Aos 47 anos, durante uma viagem para Cremona, conheceu Orazio Lomellino, o comandante do navio em que viajou e consideravelmente mais jovem do que ela, com quem se casaria. A fortuna do marido e uma pensão generosa de Filipe II permitiram a Sofonisba viver desafogadamente e entregar-se por completo à sua pintura, sem nunca ter vendido um só dos seus quadros.
Com 90 anos e a vista bastante enfraquecida por cataratas, voltou à Sicília, onde veio a falecer aos 96 anos.
Algumas de suas obras:
Ela e suas irmãs jogando xadrez
Family
Two Sisters and a Brother of the Artist

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