terça-feira, 25 de outubro de 2011

25 • Dia do Sapateiro

O Sapateiro
Esta profissão e arte, já esquecida e ignorada pelas sociedades urbanas.
Ainda existem alguns, porém, hoje eles vendem outras coisas nas lojas para sobreviverem e já perderam aquela característica de antigamente. Existem alguns sapateiros, que teimam levar por diante a arte de bem fazer o conserto típico - os sapatos da ceifeira ou as botas do pastor.
Lembro-me muito de um sapateiro na cidade em que morava quando criança. Eu observava ele bater a sola molhada...
Para espichar, dizia,
Observava a sua mesa de trabalho, cheia de preguinhos...
Colocava o sapato na forma, e batia com o martelo!
Martelo com a cabeça redonda...
Punha um monte de preguinhos na boca!
Ainda conversava.
Ficava com medo que engolisse...
Esperava pregar todos... ia embora... Lá ficavam alguns aposentados batendo papo sobre vários assuntos.
Esta música de Raul Seixas é bem interessante.
Eu calço é 37
Meu pai me dá 36
Dói, mas no dia seguinte
Aperto meu pé outra vez
Eu aperto meu pé outra vez

Pai eu já tô crescidinho
Pague pra ver, que eu aposto
Vou escolher meu sapato
E andar do jeito que eu gosto

Por que cargas d'água
Você acha que tem o direito
De afogar tudo aquilo que eu
Sinto em meu peito
Você só vai ter o respeito que quer
Na realidade
No dia em que você souber respeitar
A minha vontade
Meu pai
Meu pai

Pai já tô indo-me embora
Quero partir sem brigar
Pois eu já escolhi meu sapato
Que não vai mais me apertar
Que não vai mais me apertar
Que não vai mais me apertar.

Letra e música de Raul Seixas
António Gonçalves Annes Bandarra (1500-1556)
Patrono dos Sapateiros-Poetas e dos Poetas-Sapateiros.

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