Juarez Machado
Boêmio e até byroniano:
sair liricamente ruas afora,
ir pela beira do cais do Capibaribe
ora recitando baixinho versos à Vovó Lua
ou à Dona Lua, ora assobiando
altos trechos da Viúva Alegre ouvida cantar
por italiana opulentamente gorda no Santa Isabel
e sempre gozando o silêncio da meia-noite recifense, o ar
bom da madrugada que
dá ao Recife o seu melhor encanto.
Quem sabe se não encontrará alguma mulher bonita?
Alguma pálida iaiá de cabelos e desejos soltos?
Ou mesmo alguma moura -
encantada
na figura de uma encantadora
mulata
de rosa ou flor cheirosa no cabelo.
Gilberto Freyre (1900-1987)
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