domingo, 14 de novembro de 2010

Inquisição

Poder e política em nome de Deus.
A Inquisição é tema que não se esgota. Instituída em 1232 pelo papa Gregório IX ela vigorou até 1859, quando o papado extinguiu definitivamente o Tribunal do Santo Ofício. Portanto, funcionou durante longos seis séculos. Devido a esta complexidade é que se optou por explorar o campo do confisco dos bens dentro do Tribunal do Santo Ofício, instituição que tão bem se utilizou do poder para manter-se viva no seio da sociedade durante um longo período histórico. Entretanto, o assunto em questão aparece em todos os momentos da atuação do Santo Ofício, ficando por demais difícil fazer uma boa análise dentro de um período tão longo. Devido a isto delimitei um pouco mais meu campo de atuação e me restringi ao solo português, tentando entender a questão de forma mais precisa. A Inquisição em Portugal foi instituída em 1536, nos moldes medievais sob a liderança do poder régio. Diferentemente da Inquisição medieval, que possuía como objetivo maior o combate às heresias, a Inquisição portuguesa era comandada pelo rei que centralizava, fortificava e solidificava seu poder através do confisco dos bens. Afinal alguém teria que manter tão complexa estrutura. O alvo maior em solo lusitano era o cristão-novo, judeus convertidos a fé cristã, que a Inquisição julgava manter seus ritos judaicos secretamente. Acusados de profanar as hóstias e desvirtuar muitos cristãos do caminho de Deus, esse povo pagou com a vida e com seus bens a manutenção do equilíbrio do reino. Ë bem verdade que antes da Inquisição se oficializar em terras portuguesas os judeus tiveram proteção e abrigo em troca de alguns tributos especiais do próprio Estado, mas isso só durou enquanto isso trazia algum benefício ao poder régio. Instaurada a Inquisição era preciso que se tivesse hereges a serem perseguidos e nada mais cômodo do que unir o útil ao agradável, ter quem se queimasse na fogueira deixando todos seus bens para a santa madre igreja. É claro que a fórmula não é tão simplista assim, mas devido as circunstâncias tudo leva a crer que abusos dessa ordem eram cometidos, pois quando da instalação da Inquisição em solo lusitano, tentou se conter abusos no tocante ao confisco de bens. Tanto que pela bula de 23 de maio de 1536, a qual instituí o Tribunal do Santo Ofício em Portugal, se determinava que não deveria haver confisco de bens em todo o território por pelo menos dez anos. Em 1576, nova tentativa de se conter abusos decretando-se que seria excomungado aquele que tomasse os bens de judeus confiscados pelo poder da Inquisição. Neste sentido, pode-se dizer que se havia leis e decretos tentando coibir a ação da Inquisição sobre os bens de seus condenados é porque os abusos existiam e muitos foram os sacrificados em favor da permanência do poder régio e eclesiástico.
Prof.ª Liliane Pinheiro da Luz

Hoje questiona-se muito qual ditador foi pior: Hitler ou Stalin ? Direita ou Esquerda ?
A ditadura Nazista (de direita) de Adolf Hitler durou 13 anos e foi responsável pela morte de 30 milhões de pessoas.
O stalinismo (de esquerda) de Josef Stalin durou 31 anos e foi responsável pela morte de 10 milhões de camponeses.
Durante os 628 anos de Inquisição Católica há registro do extermínio de aproximadamente 20 milhões de pessoas, porém, naquela época a imprensa era rudimentar, na verdade, a imprensa escrita foi criada por Gutenberg em 1439, ou seja, quase dois séculos após iniciada a Inquisição. Dessa forma acredita-se que o número de mortos foi bem maior.
A inquisição protestante exterminou milhares de vidas. Igualmente cruel, mas incomparavelmente menor em escala numérica.
Campinas recebeu em 1995 objetos utilizados pela Inquisição para torturar os “hereges”. Entre os objetos de tortura usados estavam a Roda de Despedaçamento, a Roda da Morte de Aragon e um dispositivo de tortura conhecido como a Filha do Carniceiro. Ficaram expostos no Museu da cidade.
Na época levei meus alunos para visitarem esta exposição. Foi chocante.

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