Marc Ferrez fotografado por seu filho Júlio, em 1915
Marc Ferrez (Rio de Janeiro, 7 de dezembro de 1843 - Rio de Janeiro, 12 de janeiro de 1923) foi um fotógrafo franco-brasileiro. Retratou cenas dos períodos do Império e início da República, entre 1865 e 1918, sendo que seu trabalho é um dos mais importantes legados visuais daquelas épocas.
Boa parte das imagens do Brasil do século XIX que conhecemos foi captada pelas lentes do fotógrafo Marc Ferrez. De 1863 a 1915, Ferrez registrou paisagens urbanas e rurais do Pará ao Rio Grande do Sul. Nesse período, cobriu boa parte do território nacional a serviço da Marinha e da Comissão Geológica do Império. Metade de seu trabalho mostra o Rio de Janeiro. São dele muitos dos primeiros cartões-postais da capital imperial e um dos retratos mais conhecidos do escritor Machado de Assis. Sua obra constitui o mais importante acervo de imagens brasileiro nos primeiros anos da fotografia. Graças ao arquivamento cuidadoso de negativos e reproduções, das 5.500 imagens que ele deixou, 80% estão em perfeitas condições.
Em 1865, aos 21 anos, abriu a própria firma, a Marc Ferrez & Cia, um estúdio fotográfico bem-sucedido, com sede na Rua São José, e que o colocaria entre os principais profissionais da sua cidade e do próprio Império. Em 1868, já um fotógrafo famoso, recebeu menção honrosa do Almanaque Laemment.
Em 1875, Marc Ferrez foi convidado para integrar como fotógrafo à Comissão Geográfica e Geológica do Império do Brasil, comandada pelo geógrafo canadense Charles Frederick Hartt. A expedição percorreria os estados da Bahia, Pernambuco e Alagoas, e partes da Amazônia. Marc Ferrez fotografaria, quinze anos após Auguste Stahl o ter feito, a Cachoeira de Paulo Afonso. No sul da Bahia, registraria com maestria os índios Botocudos.
Fotografou várias paisagens do Brasil imperial, do Rio de Janeiro como capital da corte. Documentou em imagens, várias obras essenciais para o desenvolvimento daquela cidade.
Marc Ferrez tornou-se impar em sua obra. Conquistou o Império e sobreviveu com prestígio, ao seu fim. Em 1880 recebeu o título de “Photografo da Marinha Imperial” e da Comissão Geográfica e Geológica do Império.
Já na época da República, em 1890, o fotógrafo associou-se a Henri Gustave Lombaets, importante encadernador da Academia Imperial de Belas Artes. Juntos, fundaram a Lombaets, Marc Ferrez & Cia. Da sociedade resultou a publicação de postais e o jornal “A Estação”. Mas a associação durou pouco, sendo desfeita em 1892.
Em 1899, a Casa Ferrez continuou a apostar na publicação de postais. Já o século XIX findava e Marc Ferrez trouxe, nessa época, um Brasil das ruas, uma paisagem humana que retratava a formação de um povo. Os ofícios urbanos estampavam na sensibilidade das suas objetivas. Por ela desfilaram o verdureiro, o cesteiro, o quitandeiro, o garrafeiro, o vassoureiro, o jornaleiro, o amolador de facas, o funileiro... Profissões, muitas das quais, já extintas, e que não se teria noção do que significaram, caso não tivesse tais registros.
O Brasil mudara, a escravidão tinha sido abolida, a República proclamada. Se na época do Império vender nas ruas significava uma tarefa não dignificante, exercida pelos escravos de ganho, que vendiam doces, miudezas, e depois dividiam os lucros com o seu dono; no Brasil que despontava com o alvorecer do século XX transbordava as ruas de imigrantes, vendendo ou oferecendo serviços. Na fotografia que Marc Ferrez registrou a “Vendedora de Miudezas”, podemos constatar as mudanças.
“O Mascate” mostra o homem claramente imigrante, uma nova realidade que mudaria o Brasil não só física, mas culturalmente.
Fotografou o Brasil por quase cinco décadas consecutivas, mantendo sempre um trabalho magnífico, quer com a Monarquia ou com a República. No fim da vida viveu algum tempo na França, de lá retornando já muito doente, em 1920. Marc Ferrez morreria em 12 de janeiro de 1923, na cidade do Rio de Janeiro, cenário que ele tão bem retratou, imortalizando o glamour que ela tinha quando foi capital do Império e da República do Brasil.
Boa parte das imagens do Brasil do século XIX que conhecemos foi captada pelas lentes do fotógrafo Marc Ferrez. De 1863 a 1915, Ferrez registrou paisagens urbanas e rurais do Pará ao Rio Grande do Sul. Nesse período, cobriu boa parte do território nacional a serviço da Marinha e da Comissão Geológica do Império. Metade de seu trabalho mostra o Rio de Janeiro. São dele muitos dos primeiros cartões-postais da capital imperial e um dos retratos mais conhecidos do escritor Machado de Assis. Sua obra constitui o mais importante acervo de imagens brasileiro nos primeiros anos da fotografia. Graças ao arquivamento cuidadoso de negativos e reproduções, das 5.500 imagens que ele deixou, 80% estão em perfeitas condições.
Em 1865, aos 21 anos, abriu a própria firma, a Marc Ferrez & Cia, um estúdio fotográfico bem-sucedido, com sede na Rua São José, e que o colocaria entre os principais profissionais da sua cidade e do próprio Império. Em 1868, já um fotógrafo famoso, recebeu menção honrosa do Almanaque Laemment.
Em 1875, Marc Ferrez foi convidado para integrar como fotógrafo à Comissão Geográfica e Geológica do Império do Brasil, comandada pelo geógrafo canadense Charles Frederick Hartt. A expedição percorreria os estados da Bahia, Pernambuco e Alagoas, e partes da Amazônia. Marc Ferrez fotografaria, quinze anos após Auguste Stahl o ter feito, a Cachoeira de Paulo Afonso. No sul da Bahia, registraria com maestria os índios Botocudos.
Fotografou várias paisagens do Brasil imperial, do Rio de Janeiro como capital da corte. Documentou em imagens, várias obras essenciais para o desenvolvimento daquela cidade.
Marc Ferrez tornou-se impar em sua obra. Conquistou o Império e sobreviveu com prestígio, ao seu fim. Em 1880 recebeu o título de “Photografo da Marinha Imperial” e da Comissão Geográfica e Geológica do Império.
Já na época da República, em 1890, o fotógrafo associou-se a Henri Gustave Lombaets, importante encadernador da Academia Imperial de Belas Artes. Juntos, fundaram a Lombaets, Marc Ferrez & Cia. Da sociedade resultou a publicação de postais e o jornal “A Estação”. Mas a associação durou pouco, sendo desfeita em 1892.
Em 1899, a Casa Ferrez continuou a apostar na publicação de postais. Já o século XIX findava e Marc Ferrez trouxe, nessa época, um Brasil das ruas, uma paisagem humana que retratava a formação de um povo. Os ofícios urbanos estampavam na sensibilidade das suas objetivas. Por ela desfilaram o verdureiro, o cesteiro, o quitandeiro, o garrafeiro, o vassoureiro, o jornaleiro, o amolador de facas, o funileiro... Profissões, muitas das quais, já extintas, e que não se teria noção do que significaram, caso não tivesse tais registros.
O Brasil mudara, a escravidão tinha sido abolida, a República proclamada. Se na época do Império vender nas ruas significava uma tarefa não dignificante, exercida pelos escravos de ganho, que vendiam doces, miudezas, e depois dividiam os lucros com o seu dono; no Brasil que despontava com o alvorecer do século XX transbordava as ruas de imigrantes, vendendo ou oferecendo serviços. Na fotografia que Marc Ferrez registrou a “Vendedora de Miudezas”, podemos constatar as mudanças.
“O Mascate” mostra o homem claramente imigrante, uma nova realidade que mudaria o Brasil não só física, mas culturalmente.
Fotografou o Brasil por quase cinco décadas consecutivas, mantendo sempre um trabalho magnífico, quer com a Monarquia ou com a República. No fim da vida viveu algum tempo na França, de lá retornando já muito doente, em 1920. Marc Ferrez morreria em 12 de janeiro de 1923, na cidade do Rio de Janeiro, cenário que ele tão bem retratou, imortalizando o glamour que ela tinha quando foi capital do Império e da República do Brasil.
Algumas fotos:
Avenida Central (atual Rio Branco), no Rio. Em 1910.
Cinema Pathé, 1918, Rio de Janeiro.
Morro do Corcovado antes da construção do Cristo Redentor.
Foto de Luciano Ferrez (filho de Marc Ferrez) mostra São Conrado, em 1933: praia deserta e a favela da Rocinha nascendo ao fundo.
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