quarta-feira, 30 de maio de 2012

Um trovador toca e canta para sua amada

Oscar Ortiz - Trovador

Companheiro, farei um verso conveniente
que terá mais loucura, não sensatez,
e será todo mesclado de amor, de gozo e de juventude.

Tenhais por vilão quem não o entender,
quem em seu coração com vontade não o aprender,
pois grave é partir aquele que encontra no amor prazer.

Dois cavalos há para selar, e isso está bem.
São bons, corajosos em armas e valentes,
mas não posso tê-los juntos, pois um não suporta o outro.

Se eu pudesse domesticá-los do meu jeito,
não desejaria ter outros em minha guarnição,
pois, enquanto vivesse, estaria melhor cavalgado que qualquer homem.

Um deles foi o mais rápido dentre os cavalos montanheses,
mas há tanto tempo que está selvagemente fugitivo,
E é tão selvagem e feroz que se defende do comando.

O outro foi educado lá abaixo, próximo de Confolens.
Nunca houve mais belo, em minha opinião;
este eu não trocaria nem por ouro, nem por prata.

Quando foi dado a seu senhor, era um potrinho que pastava,
mas eu o retive tão convenientemente,
que, se o tivesse por um ano, tê-lo ai mais de cem.

Cavaleiro, dai-me conselho de um pensamento,
nunca fui tão indeciso em uma escolha,
não sei qual ter, se Dona Agnes ou Dona Arsênia.

Em Gimel eu tenho o castelo e o domínio,
e por Nieul tenho orgulho diante de todas as gentes,
pois ambos me são jurados e prometidos em sangue.

Guilherme IX, Duque da Aquitânia (1071-1126)
Tradução: Ricardo da Costa

Um comentário:

Roselia Bezerra disse...

Olá,
Trazer de volta à casa... estar de bem consigo mesmo... perfeito!!!
Abraços fraternos de paz