sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Lua

Lua! Canção de mágoa, triste endeixa
de saudade, no azul do céu perdida...
Companheira dos que vão sós na vida,
dos que não têm quem lhes escute a queixa...
O teu frio palor na alma nos deixa
a tristeza profunda e comovida
de quando a alguém a eterna despedida
vamos levar, e um túmulo se fecha...
Errante e só pela infinita altura,
há milênios que vens, ó Lua triste,
iluminando a humana desventura..
E parece que em ti se congelaram
todos os ais de súplica que ouviste
e a ânsia dos olhos todos que te olharam...

Tasso da Silveira (1895-1968)

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