sexta-feira, 13 de maio de 2011

ℵ Maria Monteiro ℵ

A cantora lírica Maria Monteiro
Zica era o apelido que Maria Monteiro recebeu em casa, ainda pequena, quando já demonstrava vocação musical. Filha do professor de música e organista Francisco Monteiro e de Joaquina Leopoldina Andrade Monteiro, ela nasceu em 16 de janeiro de 1870. Era prima distante do maestro Carlos Gomes.
Há poucas fotos em arquivos de Maria Monteiro, que foi a primeira cantora lírica brasileira e é homenageada, desde 1923, com uma rua no Cambuí – antes disso, a via chamava-se São Miguel.
Estudante dedicada, Zica iniciou os estudos musicais em Jundiaí, com o professor Romão do Prado. Depois, teve aulas no Colégio Florence, em Campinas, com o professor Emílio Giorgetti. Na adolescência, cantava em coros da igreja e na escola. Ao representar Verônica, a personagem bíblica que limpou a face de Cristo no Calvário, durante procissão do Senhor Morto, Maria Monteiro foi vista como uma garota de talento. Sua voz ecoou em 8 de dezembro de 1883, na festa de inauguração da Matriz Nova de Campinas. Ela tinha apenas 13 anos e foi elogiada em texto publicado na Gazeta de Campinas.
A menina encantou até o imperador D. Pedro II e sua mulher, Teresa Cristina, em 1886, numa apresentação na escola, como parte da programação oficial para recepcionar o casal real. Incentivada pela imperatriz, a garota ganhou uma bolsa de estudos e foi morar na Europa. Formou-se maestra e artista de canto. Um ano depois, viajou para Milão, onde ficou sob a proteção de Carlos Gomes e estudou canto lírico.
Em 1889, iniciou a carreira profissional, com estreia no Teatro de Peruggia, na ópera Mefistófeles. Brilhou e conquistou os palcos de outros países, como Itália, França, Inglaterra e Espanha, nas óperas Carmem e Cavalaria Rusticana.
Casada com o rico comerciante italiano Ermenegildo Grandi, Maria Monteiro abandonou a carreira para dedicar-se ao lar, como era da vontade do marido. Morreu em 1897, aos 27 anos, vítima de infecção na garganta e comprometimento nos pulmões. Foi sepultada no Cemitério de Stagliano, perto de Gênova, na Itália.
Monumento
A modelo utilizada para a representação alegórica da cidade de Campinas no monumento-túmulo do maestro e compositor Carlos Gomes, na Praça Bento Quirino, é a cantora lírica Maria Monteiro. A escultura foi feita em 1905 por Rodolfo Bernardelli, escultor mexicano que lançou suas obras no País e naturalizou-se brasileiro em 1874. Localizada entre as ruas Barreto Leme, Sacramento e Barão de Jaguara e a Avenida Benjamin Constant, na região do “marco zero”, a Praça Bento Quirino é portadora das marcas históricas mais antigas da cidade.

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