O fascínio do mar e o poder
retratados no cinema e na pintura.
retratados no cinema e na pintura.
Walter Crane - The Horses of Neptune
Desde o início da civilização, o mar inspirou respeito e medo em quem ousava desafiá-lo. E em várias culturas, deuses surgiram para representar seu poder. Na mitologia grega, o mar é regido por Netuno, principal divindade das águas. Seu símbolo de poder é o tridente, ou lança de três pontas que usava para abalar os rochedos, desencadear ou amainar tempestades. Segundo a tradição, teria criado o cavalo das espumas do mar e era considerado padroeiro das corridas equestres.
Acreditava-se na Idade Média que a terra era o centro do universo e os navios que partiam para o mar iriam encontrar grandes cachoeiras que despencariam no infinito. No século XV começaram as grandes navegações, e os habitantes da Península Ibérica foram os que primeiro venceram os medos e partiram às conquistas. Embora haja relatos de exímios navegadores entre povos antigos, como vikings e chineses, os portugueses e espanhóis formalizaram caminhos e acessos a novas culturas.
No inicio daquele século, pequenas embarcações com poucos tripulantes eram denominados baixéis, barcas ou "barchas", batéis, bergantins, caravelas ou pinaças. Em menos de cem anos surgia "a nova caravela", de casco longo, possuindo dois ou três mastros com velas triangulares ou "latinas" que permitiriam manobras ágeis, substituindo as velas quadrangulares ou redondas. A partir do século XVI, os barcos que faziam o roteiro de rotas para as Índias seriam designados naus, nome adotado para grandes navios. Esses grandes navios seriam as carraças dos séculos XVI e XVII e as fragatas do século XVIII. Entre uma carraça (nau) e o galeão, as diferenças mais gritantes estavam na utilização: a primeira, comercial, era mais larga, alta, pesada e pouco armada, enquanto o galeão, mais comprido, era guarnecido com canhões. Os navios usados na navegação eram, no século XVI, caravelas e outras embarcações com capacidade entre 100 e 150 toneladas de carga. Contudo, por ser pouco armadas, tornaram-se presa fácil de piratas e ladrões, obrigando os portugueses a adotarem sistemas de frotas e iniciarem a construção de navios maiores e melhores.
As viagens feitas com navio à vela cruzando oceanos eram consideradas as mais árduas. Viagens a caminho das Índias demoravam em média de seis a oito meses. As viagens ao Brasil, no entanto, eram bem mais curtas. De Lisboa à Bahia, o tempo estimado da viagem era de dois a três meses, para Recife ou Rio de Janeiro poderia representar alguns dias a mais. O fator tempo era importantíssimo; partindo nas épocas certas, quase sempre se evitavam tempestades.
A trilha das Índias, ao contrário, tem um longa história de naufrágios. Em uma obra chamada História trágico-marítima, compilada por Bernardo Gomes de Brito no século XVIII, há relatos dramáticos, que vão desde superlotações, desespero, e afundamentos onde a escolha de botes priorizava os aristocratas e clérigos, deixando, segundo o autor, as "pessoas menos gradas (graduadas)" para os tubarões.
Acreditava-se na Idade Média que a terra era o centro do universo e os navios que partiam para o mar iriam encontrar grandes cachoeiras que despencariam no infinito. No século XV começaram as grandes navegações, e os habitantes da Península Ibérica foram os que primeiro venceram os medos e partiram às conquistas. Embora haja relatos de exímios navegadores entre povos antigos, como vikings e chineses, os portugueses e espanhóis formalizaram caminhos e acessos a novas culturas.
No inicio daquele século, pequenas embarcações com poucos tripulantes eram denominados baixéis, barcas ou "barchas", batéis, bergantins, caravelas ou pinaças. Em menos de cem anos surgia "a nova caravela", de casco longo, possuindo dois ou três mastros com velas triangulares ou "latinas" que permitiriam manobras ágeis, substituindo as velas quadrangulares ou redondas. A partir do século XVI, os barcos que faziam o roteiro de rotas para as Índias seriam designados naus, nome adotado para grandes navios. Esses grandes navios seriam as carraças dos séculos XVI e XVII e as fragatas do século XVIII. Entre uma carraça (nau) e o galeão, as diferenças mais gritantes estavam na utilização: a primeira, comercial, era mais larga, alta, pesada e pouco armada, enquanto o galeão, mais comprido, era guarnecido com canhões. Os navios usados na navegação eram, no século XVI, caravelas e outras embarcações com capacidade entre 100 e 150 toneladas de carga. Contudo, por ser pouco armadas, tornaram-se presa fácil de piratas e ladrões, obrigando os portugueses a adotarem sistemas de frotas e iniciarem a construção de navios maiores e melhores.
As viagens feitas com navio à vela cruzando oceanos eram consideradas as mais árduas. Viagens a caminho das Índias demoravam em média de seis a oito meses. As viagens ao Brasil, no entanto, eram bem mais curtas. De Lisboa à Bahia, o tempo estimado da viagem era de dois a três meses, para Recife ou Rio de Janeiro poderia representar alguns dias a mais. O fator tempo era importantíssimo; partindo nas épocas certas, quase sempre se evitavam tempestades.
A trilha das Índias, ao contrário, tem um longa história de naufrágios. Em uma obra chamada História trágico-marítima, compilada por Bernardo Gomes de Brito no século XVIII, há relatos dramáticos, que vão desde superlotações, desespero, e afundamentos onde a escolha de botes priorizava os aristocratas e clérigos, deixando, segundo o autor, as "pessoas menos gradas (graduadas)" para os tubarões.
Fonte:
Por Iomar Travaglin:
(Arte & Fatos)
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