segunda-feira, 28 de maio de 2012

Soneto

Karl Albert Buehr
Canta teu riso esplêndido sonata
E há no teu riso de anjos encantados
Como quem um doce tilintar de prata
E a vibração de mil cristais quebrados.

Bendito o riso assim que se desata
Citara suave dos apaixonados
Sonorizando os sonhos já passados
Cantando sempre em trinula volata!

Aurora ideal dos dias meus
Risonhos, quando úmidos de beijos,
Em ressaibos
Teu riso espanta, despertando sonhos.

Ah! num delíquio de ventura louca,
Vai-se minh'alma
Todas nos teus beijos,
Ri-se o meu coração na tua boca.

Augusto dos Anjos (1884-1914)

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