quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Frio dia de chuva

E sou o mesmo que saí.
Volto e me vejo como me vi.
Nada de novo me aconteceu.
Eu sou irremediavelmente um só: eu,
eu da cabeça aos pés.

Mas não trouxe o que fora comigo:
alguma coisa me ficou perdida
nas ruas, nos passeios, nos cafés,
e estou ausente, molhado, amigo e inimigo,
entre mulheres, vagabundos, crianças,
o frio, a chuva desta vida.

Abgar Renault (1901-1995)

Nenhum comentário: